terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A lei do chefe.

Numa região da África tinha um vilarejo pequeno e seus habitantes descendentes de uma tribo. As famílias viviam da plantação de mandioca, milho, cana de açúcar e variedades de frutas e verduras.
Suas crianças passavam o dia a brincar e os maiores ajudavam seus pais no campo, o trabalho era duro todos os dias.
Por vezes toda a colheita se perdia devido à invasão de grandes elefantes.
E por lá chegou uma senhora e outros jovens missionários que vieram para trabalhar na vila com o objetivo de ajudar na melhoria da qualidade de vida e educação das crianças e adolescentes.
Entre todas as ações que foram iniciadas, a escola foi a maior obra e que deu mais trabalho, também a mais concorrida para as crianças.
No fim de semana os missionários foram chamados na tenda do chefe e este anunciou que as turmas seriam limitadas e saindo da tenda chegou perto de uma árvore e fez uma marca de mais ou menos um metro de altura. O que ele explicou é que só as crianças de altura no máximo até a marca na árvore poderiam assistir às aulas e aprender a ler.
Houve um grande debate sobre o assunto em questão com o chefe e ele não aceitou o ponto de vista das missionárias e dando fim à reunião o chefe mandou que todos fossem embora e que acatassem suas ordens.
E quando foram saindo da tenda do chefe guiados por um auxiliar questionaram mais uma vez a questão e o auxiliar explicou:

- O chefe não sabe ler e nem escrever, mesmo que as crianças que tenham até um metro aprendam ler e escrever, só podendo tomar o lugar do chefe após sua morte quando este já estiver muito velho. Já os adolescentes acima de um metro colocam a liderança do chefe em risco, pois podem em poucos anos convencer os habitantes da tribo que o chefe não serve para comandar a tribo porque não tem novas idéias. E assim os missionários aceitaram a conclusão feita pelo auxiliar do grande chefe.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Coisas de Falcão.

Eu tenho poucos amigos do peito, mas são amigos gente boa, diferentes, divertidos, inteligentes, amigos de tempos, amigos novos.
Durante estes anos foram muitas aventuras, viagens, almoços, trabalhos de parcerias e de equipe. Aí a palavra certa, EQUIPE, mas vamos ao caso.
Saíamos por perto e um dia fomos conhecer um pouco nossa região, alguém falou vamos a Falcão, onde é que fica? – fica ali subindo a serrinha, é um pequeno distrito de Quatis outra cidadezinha daquelas que tem duas ruas, uma que vai e outra que vem nesse caso Falcão só tem uma.

Iniciamos a subida, muitas curvas, muito bambu, uma grande fazenda, um pequeno sítio, mais bambu, mais curvas, água e chega perto da pedreira e podemos ver a estrada de ferro lá no alto e uma placa de turismo indicando a “ferrovia do aço, estrela da nossa região” e na frente está à entrada do túnel, onde o pai do Jorge outro amigo tem um pequeno sítio, lá a gente parava para tomar caldo de cana com batata frita e torresmo seco, aquele de saquinho. Lá que certa vez ficamos mais de hora esperando o Luiz (Mandi) escolher as melhores frangas do galinheiro e ficou de voltar pra comprar e nunca mais voltou, voltou só para comer.

Mas falando de trato tem o bambu, logo ali na frente que conheci o Zé da Leila um carroceiro que entregava leite e me prometeu que alguns peões da roça iriam cortar algumas dúzias de bambu pra eu levar para a propriedade da minha mãe, só que queriam todo o dinheiro adiantado eram um monte de pé de cana, fingi que acertei e nunca mais falei no assunto, nunca mais falei com o Zé da Leila também e por fim nada acertado, de uma coisa eu tenho certeza lá tem muito bambu.

No centro da vila tem duas coisas um posto policial onde ficam dois PMs de plantão, tem veículos que passam em direção ao Sul de Minas Gerais a divisa fica mais a frente. Costumávamos conversar com eles coisas do governo do Rio e a insegurança que nos rodeia, assuntos que lá em cima é só ficção, nada acontece lá. Até hoje é assim a gente passa cumprimenta com o braço pra fora do carro e eles acenam com as mãos.

Quase em frente tem o bar do Giovani um salão velho com portas grossas e grandes, o forro quase que soltando dando a impressão que vai cair sobre nossas cabeças, uma mesa grande de bilhar muito bem cuidada e um pequeno balcão de doces e balas, e o mais importante é que tem pasteis quentinhos, queijo mineiro em fatias e bolos de fubá frescos, que sempre acompanhado de um guaraná caçula. Mas tem um fator muito importante que é só entrar alguém no bar o Giovani já começa a passar um paninho branco molhado sobre a mesa o balcão e nos faz ver que apesar de uma construção antiga é tudo muito limpo. Outro detalhe que faz do Giovani um cara simpático, ele é flamenguista doente.

Passa uma pequena praça, tem um posto de saúde e mais na frente uma construção que guarda uma mina d’agua. O asfalto acaba e começa a estrada de chão e ao lado acompanha um pequeno córrego que recebe águas das grotas e que vai aumentando o volume da água virando um pequeno rio que cai numa cachoeira e vai desaguar num outro rio maior. Antes da cachoeira tem o pontilhão que passa o trem de ferro e a estrada passa por baixo e na curva mais na frente tem a história do pato, O Luiz (Mandi) eu e Bluno (DJ), o Luiz queria comer pato com macarrão e soubemos que depois do pontilhão tinha uma casa que vendia patos, no caminho vinha um rapaz com uma bolsa plástica na mão e paramos para perguntar onde era a casa que tinha patos para vender, quando ele estava explicando eu que estava no volante do carro vi que algumas cabecinhas curiosas saiam da bolsa, pedi pra ver e eram patinhos e sem querer comecei a mexer nos bicos deles e o Bluno até hoje conta que dei tapas na cara dos patinhos.

Chegamos à frente da casa, paramos o carro e o Luiz desceu e ficou no portão.

Luiz – Bate palmas.
Dona – Vem andando devagar, chega ao portão e perguntou – o que o Senhor quer?
Luiz – É aqui que vendem patos?
Dona – É sim senhor!
Luiz – Quanto custa?
Dona – Eu vou perguntar pro meu marido. Entrou casa adentro e o Luiz ficou no portão esperando e a dona demora.
Dona – Voltando. – quantos patos o senhor quer?
Luiz – Eu quero saber o preço de um pato grande.
Dona – Eu vou perguntar pro meu marido. Foi e demorou o Bluno já falando besteira e sacaneando.
Dona – Volta andando bem devagar. – é vinte reais cada pato.
Luiz – Certo então, amanhã eu volto pra pegar. Entrou no carro e saímos o Luiz com uma raiva falando da lerdeza da mulher e o marido que não apareceu pra dar informação.

Mais uma vez o trato não se cumpriu, voltamos várias vezes a Falcão e nunca trouxemos os patos à única coisa certa é o bar do Giovani a gente come e paga.

Várias vezes a gente parava na cachoeira e ficava observando as caídas até que conseguimos contar as quedas, chegamos a conclusão que são 7 quedas e quando chove faz um barulho intenso e que já chegamos a gravar no celular e vez em quando um liga e grita “é muita água” colocando o celular em direção as quedas.

Estas são algumas histórias passadas em Falcão, eu dedico estes casos aos amigos de sempre, Bluno, Luiz (Mandi), Marcinho e a nossa amiga Caroline.

Feliz 2010 a todos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pedaço de um conto.

- Ela - Aló!

- Ele - Que bom ouvir tua voz.

- Ela - Quem fala?

- Ele - Não lembra?

- Ela - Meu Deus, quando chegou?

- Ele - Faz uns dias, ainda não consegui me organizar.

- Ela - Foram quantos anos?

- Ele - ...sete, sete anos.

- Ela - Onde você está agora?

- Ele - Em são Paulo.

- Ela - Recebi suas cartas.

- Ele - É escrevi nos momentos difíceis quando estava no deserto.

- Ela - Imagino o que você passou, mas também largou tudo e foi ser mercenário.

- Ele - Primeiro pelo dinheiro e segundo pela ilusão de guerrear.

- Ela - ...eu me casei.

- Ele - ...........silêncio.

- Ela - ...entendeu? - eu casei, tenho um casal de filhos.

- Ele – Devem ser lindas, se parecem com a mãe?

- Ela – Um pouco do jeito do pai e a personalidade da mãe.

- Ele - ...silêncio.

- Ela – O que vai fazer agora?

- Ele - ...não sei ainda, montar um negócio ou voltar para os Estados Unidos.

- Ela - ...silêncio. – Tenho que desligar o mais novo está precisando da minha atenção, eu agradeço sua ligação.

- Ele - ...até mais, foi bom falar com você.
- Ela - Eu também! - Espera filho a mamãe já vai! – Tchau!

- Ele - ...coloca o telefone no gancho, uma enfermeira o chama.

- Senhor é a sua vez. Ele sai andando de muletas e entra na sala do médico.

- Médico - Bom dia!

- Ele - Bom dia, doutor!

- Médico - Vamos lá, me conta como aconteceu à amputação da sua perna?

- Ele – Na guerra, na guerra doutor, pura ilusão, por culpa minha não perdi só a pena.

sábado, 28 de novembro de 2009

Despedida

Com quem ficará a chave da porta?
Nem eu, nem você,
penso que irei trocar o chaveiro.
Você fica com a chácara,
eu não gosto de árvores quanto você.
Eu fico com o apartamento,
sempre quis ser solitário.

Pode levar teus livros,
deixe somente o Neruda
Comprei no aeroporto de Santiago,
numa conexão de Londres x Rio.

Todas as jóias são tuas
e as louças também,
A coleção de CDs (Elvis) é minha.
O violão que me deste
no aniversário de casamento,
pode levar,
eu não toco nada mesmo.

Leve também os rancores
que pesam no teu coração.
E as palavras infelizes,
que dissemos um ao outro,
esqueça, somos os dois, culpados.

Pode queimar todos os cartões
que trocamos quando namorados.
Não me há de fazer falta.
Também pode levar as recordações,
acumuladas do nosso leito.
Mas deixe a receita do arroz doce
...que eu tanto gosto.

Adeus!

domingo, 22 de novembro de 2009

Água

Água benta
Aguaceiro
Água com gás
Aguada
Água de chuva
Água de preamar
Água de coco
Água de colônia
Água de degelo
Água de esgoto
Água da fonte
Água de maré
Água de nascente
Água de poço
Água de rosas
Aguado
Água gelada
Água oxigenada
Água potável
Aguardente
Água tônica
Água viva
Água de beber.....

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Certas palavras I

Abandonado por Deus...
(não existe)
Abaixo...
(ao aerossol)
Abdicar...
(da tristeza)
A beira da...
(loucura)
Abençoado...
(por Deus)
Aberto...
(ao diálogo e a sabedoria)
Absoluto...
(em minha opinião)
Absorvido...
(de amor)
Abusado...
(nos sonhos)
A busca...
(da felicidade)
Aderir...
(ao Partido Verde)
A favor do vento...
(energia limpa)
Ágil...
(no pensamento)
Agradecido...
(ao bom senso)
Algum dia...
(serei eternamente feliz)

sábado, 24 de outubro de 2009

Para Naves um pequeno regalo.

Hola Naves, amigo de Río:
Agradezco tus lindos abrazos…
Soy feliz, pues te gusta lo “mío”,
Mis poemas, pequeños retazos

De mi vida, granada al estío,
Y extendida en tranquilos ribazos…
Es la paz, lo que quiero y ansío
Y estrechar de amistad fuertes lazos…¡

Qué placeres en Copacabana,
Qué dichoso que fui en Ipanema!...
Volvería de muy buena gana,

Y a aquel Cristo, le haría un poema…
Entretanto, a tu tierra lejana,
Me conformo con verla en “cinema”…

EMILIOSALAMANCA24 Octubre 2009-Espanha

domingo, 11 de outubro de 2009

Com a pele cor de cera

Vi um show a muitos anos de um cantor que na época magro, cabelos escuros e longos. Andava muito solto com calça esportiva da Adidas com aquela tarja branca na lateral que todos usavam nos anos 80.

Passado todo esse tempo estava caminhando pelos corredores de um shopping a passar os olhos nas vitrines e de repente quem eu vejo vindo de encontro, com os mesmos cabelos e mais forte, o tal cantor, me agradou vê-lo depois de tantos anos, eu poderia chegar e dizer:
_ oi, cara. _Eu estava no seu show em 20 de janeiro de 79 naquele palco medindo 5 x 3 onde você fez todo o clube cantar e dançar por quase duas horas com seus solos de guitarra.

E uma turma de seis garotos filhinhos de papai se amontoava ao lado da quadra lá no fundo puxando unzinho, tudo bem discreto, escondido, não poderiam escancarar, senão, ficariam marcados no clube e certamente não entrariam nos próximos shows.

Mas voltando a pessoa do cantor, me assustei quando ele chegou mais perto, estava branco que parecia de cera, sem cor, neutro e sem tom.
Vinha de mãos dadas com uma morena que parecia estar também se desbotando. Pensei, será que ficar famoso ou rico faz com que a gente deixe de pegar sol, num país tropical e ainda no Rio é um pecado não ser um pouquinho bronzeado.

Mas no fundo vê-lo na minha frente, foi uma viagem e pelos corredores das lojas repassei vinte anos da minha vida, sem saber que por um bom tempo as músicas cantadas e tocadas por ele fizeram parte da minha vida.

domingo, 4 de outubro de 2009

Carta a uma amiga

Rio de Janeiro, 10 de Maio 2009.

Querida amiga Leda.

Espero encontrar você e sua família feliz e com saúde.
Há muito nós não nos falamos, me deu saudades de vocês, penso que uma carta meio à moda antiga, eu possa expressar todo o que estou sentindo agora, nesta noite fria de inverno.
Eu poderia telefonar mandar email, mas como estou na fazenda e daqui saio pouco, pois, tenho meu envolvimento com as plantações, à lida com o gado, os empregados e suas famílias, a minha família e por isso me sobram pouco tempo.
Nas minhas noites aqui na fazenda procuro dormir cedo, assisto um pouco de televisão ou ouço meus discos em vinil aquelas músicas do nosso tempo que tocavam nos bares e nas domingueiras no clube.
As crianças vão bem e adoram a fazenda, mas pelo menos duas vezes ao ano passo alguns dias na praia, ensinei a eles o gosto pela areia e a água salgada que recupera o nosso cansaço e até hoje nos lembramos da praia de Botafogo, ali perto da casa da sua mãe.
Penso que em pouco tempo vou perder do alcance das minhas mãos a minha pequena Sofia, ela já está com dezesseis anos e quer estudar Pediatria em São Paulo, meu coração já está partido só de pensar. Meu coração já se partiu algumas vezes nos últimos vinte anos, você sabe.
Sinto saudades de alguns amigos que não vejo algum tempo e até anos. Seria bom saber de cada um de vocês e que nossas esposas e maridos fossem amigos e nossos filhos também, como nós éramos na adolescência.
Mande notícias de você, do João seu marido e o Artur, aliás, ainda guardo a foto de oito anos e que festa aquela na casa da sua mãe, eu penso que ela gosta mais de mim hoje que antes, não sei se ela te disse, mas meses atrás mexendo nas fotos antigas encontrei um cartão com o telefone da sua mãe e dias depois na cidade telefonei, conversamos e de alegria ela até se emocionou.
Vou ficando por aqui, gostaria de convidá-los para passarem um final de semana aqui na fazenda.
A Marina manda um beijo pra vocês e receba os carinhos do seu amigo,

Diniz.

sábado, 19 de setembro de 2009

O mar de Angra dos Reis

O carro aponta o último túnel
De repente
A escuridão das cavernas
A umidade em gotas
E suas pedras escuras
E surge
A claridade do sol exposta
Que nos abala a retina
Entre raios coloridos
Das frestas que transpassam
As copas imponentes das árvores
Neste momento
No horizonte desponta
O mar de Angra dos Reis
Já se pode mirar
Uma de suas ilhas
Das centenas que povoam sua baía
Aqui de cima se vê o espelho
Da superfície verde de suas águas

E que se confunde com os olhos
Da garota que a pouco partiu.

sábado, 29 de agosto de 2009

Olhos d´água.

T e vi passar com a pressa dos afogados
Olhos cheios d água, fixado no chão
Pensamento focado no momento
E eu, nem que fosse um adivinho
Saberia explicar o teu ar de nervosa
E seus traços fechados na face
Arriscaria dizer que a sua idade condena
Poderia ser uma briga de amor
Poderia ser um problema familiar
Mas eu apostaria na desarmonia
Temporária dos sentimentos

-Sabe por quê?
Olhos cheios de água!

Vocês femininas, fortes como são
Meninas, moças e mulheres maduras
Só entram em desespero
Nas causas do coração.

sábado, 22 de agosto de 2009

Helena (40 anos em 40 segundos).

Meu nome é Helena,
sou diferente
das Helenas e Melenas de Atenas (submissas).
Nasci branca, loira, morena e frágil.
Cresci cheia de cuidados e de modos finos.
Estudei em colégio de freira.
Aprendi que o casamento é para sempre.
Que o sexo só é para procriação.

Alguns anos atrás,
recebi de presente um mapa astral.
Entre muitas informações,
dizia lá,
que eu não era de casamento,
que eu não teria filhos,
e que seria dependente.

Diferente desta projeção,
fiz curso superior,
vivo do meu trabalho,
não dependo de ninguém (sou independente).
Às vezes gosto de tudo.
Às vezes não gosto de nada.
Gosto sim de tempos em tempos,
de dar um tempo pra mim,
para pensar, planejar (uma vez por ano).

Minhas filhas (as duas).
Deram-me muito trabalho,
hoje dão trabalho a elas mesmas.
No estudo, na busca da responsabilidade,
Pois a vida cobrará delas,
os amores, as alegrias e as tristezas.
Cobrará o ponto de equilíbrio
Que devemos buscar para continuar crescendo.

Eu não era de casamento,
já estou no terceiro casamento.
O primeiro teve a duração de cinco anos.
O segundo dez anos e duas filhas.
Agora estou no terceiro a três anos.

Obs.: Eu teria filhos mesmo sem casar (a madre do colégio ficaria escandalizada).

Nos meus 40 anos continuo a ser feliz.

sábado, 8 de agosto de 2009

O mal de amar

O instinto animal fala por si só,
...quando um cachorro sente um mal estar,
...devido a alguma coisa que comeu,
...ele sai em busca de uma erva daninha,
...que cure o seu mal.
O homem quando sente mal
...por alguma coisa que comeu,
...ele toma um remédio já conhecido,
...ou procura um especialista que o possa ajudar.
Tanto o cachorro como o homem,
...procura a cura ao seu modo.

Mas a dor da falta,
...quando se perde um grande amor,
...não tem cura por remédio ou ervas daninhas,
...a cura só vem com o tempo,
...à dor vai passando devagar,
...através das lágrimas e noites mal dormidas.
Sentimentos esvaziados
...em taças de vinho tinto ou branco,
...suave ou seco.
Em horas de conversa ao telefone
...com o melhor amigo pelas madrugadas.

Mas quando se perde um grande amor,
...nada melhor que encontrar um outro novo amor.

sábado, 1 de agosto de 2009

Brotos chineses.

Da noite pro dia resolvi ingerir saladas tipo: alface, tomate, nabo, cenoura e brotos de tudo. Eu havia conhecido um chinês bem diferente dos chineses que a gente vê por aí, feirantes, donos de lavanderias e pastelarias. Ele é um chinês Doutor em química e viera para Portugal para ser professor na Universidade de Coimbra, mas não houve acerto com os portugueses e um amigo o apresentou na Universidade de Santiago na Espanha. Começou a dar aulas, mas com menos de um ano o curso foi minguando por falta de alunos e por fim, dos treze alunos sete repetiram aí foi o fim. Então, Wing ficou desempregado e como gostava de cozinhar sua mulher uma chinesa baixinha de rosto oriental em forma de lua, um corpo quase ocidental uma verdadeira gueixa de tão educada, se preocupava em guardar o nome de todos os freqüentadores e a comida que cada um gostava inclusive o licor, propôs a ele abrir um restaurante, visto que, ele gostava de inventar molhos com sabores doces e diferentes, coisas de químico. Em alguns pratos sempre havia brotos que mediam dez centímetros em média com as raízes brancas expostas e geralmente com quatro ou cinco folhas verdinhas na ponta. E eu muito curioso perguntei um dia quando comia seu arroz de tudo, de que eram os brotos e então me contou que aprendeu com seus avós a plantar as sementes de tudo, inclusive as que estavam no meu prato eram de soja e feijão do Brasil. Então da noite pro dia passei a cultivar sementes e fazer canteiros de brotos em caixa de isopores, latas e potes de sorvetes.

- Tudo ali verdinho era tudo que eu havia plantado durante toda a minha vida, não esqueço todas as lições que aprendi com aquela família chinesa, que tinha um bom gosto para os sabores e também para decoração, pois o restaurante deles é um fino só.

18/05/08.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Amaro II.

Fim de semana, meu avô me chamou para acompanhá-lo a uma visita a uma fazenda de um amigo dele lá em Ataulfo de Paiva, onde residia Zé Tavares e tia Lourdes.

Marcamos para sair no sábado bem cedo, partimos pela linha de trem que ligava Barra Mansa a Angra dos Reis até a Santa Clara, passa na casa da tia Margarida toma-se um café e seguimos para a estrada e pegamos uma carona no caminhão da Cooperativa e em quinze minutos descemos em frente à casa da tia Lourdes, entramos um pouquinho e seguimos agora a pé pela estrada de chão por quase trinta minutos até chegar à fazenda.

Fomos recebidos por um casal que agora não me lembro os nomes e foram nos levando à cozinha onde havia um fogão a lenha e forno, uma mesa com bolo, carnes e café quente. Ficamos ali por quase uma hora na cozinha a conversar, depois fomos ao curral ver o gado, ao galinheiro, aos viveiros, ver os cavalos e por fim ao açude pescar. Durante duas horas pescamos muitos peixes, mas meu avô e seu amigo lançaram duas, três ou quatro vezes a tarrafa que era retirada da água cheia de peixes enchendo pelo meio um saco de linho branco de lambaris, tilápias, cascuda e bagres. Então começou a chover aquela chuva de verão forte, saímos dali passamos pelo pomar e foi mais meio saco de laranja, limão, abacate, abacate, abobrinha, jiló e o meio saco de peixe num total de três sacos.

Voltamos à cozinha pra almoçar e muita conversa, tomamos café com bolo e mais conversa, lá pelas quinze horas nos despedimos e partimos eu com meio saco de peixe de um lado e outro de verduras do outro e ele com um de laranjas. Devido a chuva a estrada estava só lama e pra sair da fazenda havia algumas descidas e subidas que ocasionaram alguns escorregões. Demoramos a chegar à pista e ficamos sob a chuva fina esperando uma carona de volta. Parou um caminhão da companhia de energia, jogamos o saco na carroçaria, subimos e nos abrigamos. Descemos do caminhão e após agradecimentos pra minha surpresa meu avô anunciou ao motorista e seu ajudante que ficava ali um saco de laranja e limão. Eu fiquei com o saco de peixe e ele com as verduras, muito mais leve, nós entramos no São Luis e fomos pela linha do trem até a Boa Sorte, chegamos a casa por volta das dezoito horas, despejei o saco de peixe no tanque na parte externa da cozinha.

Minha avó Nenzinha não queria cheiro de peixe dentro da sua cozinha e mesmo no cansaço daquele sábado não havendo nenhum tio em casa eu, meu avô tivemos que limpar todos aqueles peixes senão iriam estragar.

Foi uma aventura e tanto naquele sábado.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Amaro l

Amaro Wenceslau esse era o nome do meu avô, o que eu me lembro dele, festas, Natal e gostava de fazenda.

Meu avô trabalhou em uma siderúrgica grande parte da sua vida, pelo que me lembro. Meus primos todos pequenos era o motivo de festas, aniversários todos os meses e festas e meu avô estava em todas, sempre com um copinho de cerveja e o cigarro na outra. Nunca o vi bêbado, ele bebia como aperitivo, me lembro que embaixo da pia tinha sempre um garrafão de 5 litros da melhor cachaça que certamente um amigo trouxera de algum alambique especial, mas antes do almoço ou jantar ele tomava um traguinho para abrir o apetite.
Eu morando ao lado e sempre passava lá à noite na hora do jantar pra tomar uma sopa, é que sempre havia sopão aquela de tudo misturado ou canjiquinha com costela quentinha.

Mas voltando às festas a semana que antecedia ao Natal era só preparação, minha avó Nenzinha, minhas tias e tios, todos trabalhavam na preparação das carnes, após a morte do porco que ele mesmo fazia questão de matar. Eu e meus primos e até alguns tios nos afastávamos não ver, mas não adiantava, pois o animal pressentindo o seu fim sendo agarrado e virado entrava em desespero e danava a gritar só parando depois de morto.

Hoje particularmente este ano falou-se muito no porco, experiências demonstram que ele o porco pode ser criado como um animal de estimação como um cachorro ou gato, (parei de comer carne suína). Na semana de Natal e véspera de Ano Novo a casa do meu avô parecia um hotel ou restaurante, gente que entrava e saia, almoçavam e jantavam e que às vezes eu nem conhecia, amigos dos meus tios e tias e dele próprio e gente da rua, gente que vinha de longe de outras famílias, mas passavam lá na casa do Amaro pra tomar um vinho, eu me lembro de muitas garrafas e claro muita comida.

Então ele se aposentou, jubilou e foi realizar um antigo sonho, arrendou um sítio, comprou cavalo, vaca e máquina de moer capim, mas isto é outra história que fica para a parte II.

sábado, 4 de julho de 2009

Manhã de inverno

Ele acordou às cinco da manhã e rolou por 10 minutos na cama, mas levantou-se devagar. Foi ao banheiro, lava o rosto com a água fria naquela manhã de inverno de 30 de Junho, retornou ao quarto e sem fazer barulho, trocou de roupa procurando não acordar Eva, pois a mulher havia acordado no meio da noite para amamentar o pequeno Edgar o caçula de três filhos.
Trocado de roupa foi à cozinha esquentar o leite, o café estava na garrafa térmica, à mulher havia feito após o jantar.

Quando o leite esquentava foi até a estante da sala e pegou a conta da água e a conta de luz para pagar na hora do almoço numa loteria perto do trabalho. Era pedreiro e já estava a quatro anos na empreiteira, hora trabalhava perto de casa outra longe, voltou à cozinha rápida e desligar o fogão antes que o leite pudesse subir e sujar o fogão outra vez como acontecia sempre.
Sentou a mesa e passou margarina com gosto nos dois lados do pão de sal dormido, ao mesmo tempo preparou mais um pão e enrolou num saquinho plástico, seria para o café das 10 horas, afinal o desgaste era grande. Comeu o pão e bebeu café com leite meio que tremulo de freio, afinal era uma manhã fria de inverno.

Terminado o café arrumou a mochila e foi na área dos fundos da casa e tirou a bicicleta do quartinho de bagunça e a levou para frente da casa. Voltou para os fundos, entrou na cozinha e fechou a porta e voltou para o quarto, beijou o pequeno Edgar e também Eva, ela meio que dormindo deu um bom dia e voltou a dormir. Passou no outro quarto e beijou os dois meninos e ajustou o cobertor sobre os meninos, passou pela sala saiu e fechou a porta e em seguida o portão.

Ajeitou a mochila nas costas e saiu pedalando a bicicleta pela rua de terra dobrando a esquina, seriam dez minutos até a BR onde pedalaria cerca de 20 minutos até a entrada do parque industrial onde estava prestando serviço. Pedalou um pouco forte na subida para a BR, entrou no asfalto liso e novo, seguiu pelo canto da pista lado a lado com a faixa branca da pista que só avistava por dez metros a frente devido à neblina, só se via uma nuvem branca a sua frente e pela parte de trás. Os veículos passavam na velocidade máxima, dois minutos mais tarde António não pode perceber uma luz forte e em seguida foi arremessado a mais de oito metros de distância.

Polícia, ambulância e curiosos, o sol já estava nascendo e duas horas depois Eva chegava junto ao corpo desesperada com os três filhos e reconhecia o corpo estendido no asfalto. António morreu em 30 de Junho numa manhã fria de inverno.

domingo, 28 de junho de 2009

Esperança

O nascer da vida

No crescer de um corpo

No mundo a esperança

E se perder em idéias loucas

A padecer o corpo

Maltratando a vida

A findar em sonhos loucos

As esperanças poucas

Ao sentir o perder de tudo

E ver o corpo, perdido e só.

Neste mundo imenso

A querer de tudo

Por sem nada ter

A chorar a vida

Sem saber por que

De caminhar às cegas

domingo, 21 de junho de 2009

A boa crônica.

Rubem Braga, escritor Capixaba jornalista, trabalhou de correspondente de guerra na Itália para o diário carioca.
No fim da segunda guerra voltou ao Brasil e foi morar no Rio de Janeiro.
Rubem Braga, repórter, editor de jornais e revistas por todo o Brasil. Seu primeiro livro o “Conde e o passarinho” escreveu quando tinha 22 anos. Em sua carreira ele ficou marcado por ser o único autor brasileiro que fez sucesso exclusivamente escrevendo crônicas.
O porquê do meu interesse pela obra do autor, é que anos atrás eu tinha dúvidas sobre o que era uma boa crônica e numa pesquisa sobre o assunto descobri Rubem Braga.
A crônica contada simplesmente sobre qualquer tema, como: O homem rouco, O padeiro e a Primeira mulher do Nunes. Ler contos e crônicas do autor me abriu a mente para entender melhor à técnica da escrita fácil em forma de narração ou carta a um amigo.
Não conheço profundamente a obra de Rubem, mas conheço bem sua crônica fácil de entender e simples no escrever.
È o que tento passar quando escrevo um pequeno conto, uma crônica ou mesmo quando narro um fato antigo, graças ao Rubem, perdi o medo da crítica.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Passado.

Quisera eu não ter vivido
O amor que vivi...
Dias azuis e céu de estrelas
Resplandecentes, embalaram
...nosso amor.

Por anos planos foram traçados
...futuros esperados.
E por pouco a chama se apagou
O sol se tornou cinza...
O céu escureceu...
O futuro estacou...

Uma lágrima rolou
O tempo nos impôs,
...a falta.
Que tarde, virou
...saudade.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O tempo e os amigos.

“Passei grande parte da minha vida conhecendo pessoas e cultivando amigos”.

Quando novo eu separava os amigos, aqueles que podiam ir a minha casa para estudar em épocas de prova, aqueles que faziam parte da turma da pelada no campinho da beira do rio aos sábados à tarde.

Amigos como o João que juntos pegávamos cana de cavalo (aquela dura) no sítio do Cambeca, como aquele dia em que perdi a faca de pão da minha mãe, aquela que tinha uma serrinha fina, usava para cortar cana sem fazer barulho e por causa do cachorro, saímos correndo e deixei a faca cair no matagal e levei dois dias de procura para encontrá-la e devolver a gaveta sem minha mãe saber do acontecido. Outra, o dia em que pulamos o muro da escola municipal do bairro só para jogar ovo no vigia da escola, um velho chato que morava ao lado da escola e reclamava de tudo.

O Zinho vizinho da nossa casa que nos anos 70 era viciado em musculação e inventava peças como latas de tinta cheias de concreto para levantar peso e cordas esticadas entre árvores para saltar e que sem saber tinha um problema no coração e que foi agravado pelo esforço físico, vindo a falecer aos 16 anos.

Hoje eu classifico as pessoas em três níveis, perto, longe e distante, mas uma coisa eu sei, que todos são ou foram úteis.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A turma da contabilidade.

Ano 1980, último período do curso técnico de contabilidade do colégio Sabec. O grupo formado por sete pessoas, Ana, Glória, Rogério, Paulo, Marta, Cássia e Cabeção. Todas as quintas feiras as aulas terminavam 20h45min, então o nosso destino era o bar do posto lá na Mário Ramos. Um barzinho subterrâneo chegava lá por volta das 21 h de cara uma porção de batatas frita e chope do bom, depois de um de trabalho e quase uma semana de estudos. Contavam muitas histórias e falávamos de muita gente, o pessoal que freqüentava eram profissionais liberais, estudantes em geral, gente de 20 a 70 anos, inclusive coroas que pagavam as contas das meninas mais atrevidas que abasteciam a mesa dos amigos.

Mas o mais interessante do bar era o filho do dono, peça rara, gordo e de estilo hippie, havia passado um tempo na Serra Pelada vendendo aparelhos eletrônicos e tinha feito um dinheiro.

Mas o principal motivo desta narração era o objeto que ficava num canto sobre o balcão, um barril de 50 litros de uma cachaça especial da roça a qual era a culpada de todos os pileques dos fins de quinta feira a noite, principalmente por ser oferta da casa, ou seja, de graça e a vontade.

Por meses toda aquela gente que ali freqüentava tomava de graça e também levava a culpa por deixar um ou outro mais bêbado que o normal fazendo que a gente “os ou as” levasse em casa para não dar vexame nas ruas do centro da cidade como chutar porta de aço das lojas ou deitar em plena Avenida Joaquim Leite. Levar a Ana em casa toda semana era já uma tarefa rotineira, ela enxugava muito e tínhamos que ir lá em frente o colégio Nossa Senhora do Amparo.

Então numa das reuniões resolvemos dar um nome à cachaça que afinal era uma órfã e querida por todos os freqüentadores do bar do posto. Conversa com um e outro, as pessoas que mais estavam ali pela semana e pedido permissão aos donos do bar e que foi aprovado de imediato. Nesta época Maria Betânia fazia muito sucesso com uma música do Gonzaguinha “Explode Coração”.

Ficou batizada com o nome da música e teve até placa e tudo no barril, até o fim daquele ano nós freqüentamos o bar do posto, depois da formatura eu me mudei de cidade, outros ficaram ali mesmo trabalhando em bancos, escritórios e outros se casaram. Alguns anos atrás eu encontrei o cabeção na rodoviária Novo Rio.

- Turma animada aquela...

26/02/2009.

domingo, 31 de maio de 2009

Anos 70.

Nos anos 70, alguns de nós fomos de criança a adolescência, não sabiam e nem entendiam o porquê daqueles jipes e caminhões verdes do exército que passavam pelos bairros todos os dias por várias vezes.
Às vezes eles vinham com aquele rabecão (carro veraneo de cores branca e preta utilizadas pela polícia civil da época). Nós éramos alertados pelos pais para não ficarmos nas esquinas parados a conversar, melhor que ficássemos no portão das casas. Na escola havia uma professora dona Regina que gostava de teatro ela contava para pequenos grupos que os militares tinham medo das pessoas inteligentes, por isso sempre alguém, amigos dela eram levadas presas para dar depoimentos sobre a profissão e ameaçados para não falar mal dos militares.
Certo dia eu e João entramos no bar do Tião na beira do campo do bairro e como lá havia várias mesas de sinuca daquelas grandes, nós ficávamos do lado de fora olhando, era proibida a entrada de menores nos bares. Mas a gente ia de fininho e sentávamos nos bancos do canto para assistir as partidas e de vez em quando o Tião tocava a gente de lá, dizendo:

- Vocês tão querendo me complicar, eles fecham o meu estabelecimento.

Mas a gente voltava quando o balcão estava cheio entrando de fininho. Um dia estava no fundo e chegou o caminhão verde do exército, desceram mais de uma dúzia de homens, ficaram distribuídos, alguns na porta outros dentro no corredor do balcão. Eu e o João ficamos no canto tremendo de medo, um dos homens veio pedindo documentos de todas as pessoas que estavam dentro do bar, outro veio até nós e disse que saíssemos o mais rápido, quando passamos pelo corredor do balcão vários soldados estavam em forma de fila formando um corredor e cada um deu um tapão em nossa cabeça e diziam alto:

- Não corram senão leva um coque de cima pra baixo.

Quando chegamos perto da porta, começamos a correr e sem olhar para trás, subi a minha rua em disparada, foi então que vi o João também correndo na direção do meu portão que ficava longe da rua dele. Estávamos tremendo e com os olhos cheios d’água de medo e nem pensar em falar do acontecido em casa, senão seria castigo no ato.

- Quando tomamos tento do que era a ditadura e suas masmorras, já estávamos no fim dos anos 70.


10/05/2008.

domingo, 24 de maio de 2009

Apagão

Renato foi passar um fim de semana prolongado na fazenda do pai que no feriadão esperava-se filho, filha e cunhados, cunhadas, sobrinhos e netos. A fazenda ficava no interior, sexta-feira à noite o pessoal começava a chegar aos poucos, vindo do Rio, SP, Minas e vinha-se com todas as tralhas, como colchões e roupas de cama para os filhos, visto que, não havia cama e quartos para todos. D. Lola já deixava uma panela com a famosa sopa de fim de noite e uma mesa regada a bolos, café e sucos para as crianças.

Na primeira noite foi uma zorra, as crianças foram colocadas em um quarto com os colchões espalhados pelo chão, à sala ficou para os homens e em dois quartos foram divididas as mulheres.
Todos demoraram a dormir muitas conversas e assuntos para colocar em dia, alguns não se viam a mais de seis meses.

Pela manhã seu Pedro e D.Lara foram os primeiros a acordar e foram seguidos pelas crianças, aos poucos todos foram levantando devagar. Após o café o pessoal foi se espalhando pelo curral, estábulo, açude e pomar. O avô colocou as crianças sobre a carroça e foram passear pela rua que dava na fazenda.

Hora do almoço outro alvoroço, pratos diferenciados para as crianças e por que não para os adultos também. Terminado o almoço as mulheres fizeram um mutirão para lavar as louças e em 30 minutos tudo estava no lugar e limpo. Os pais já pensavam como divertir as crianças pela noite, tinham trazido cd de filmes, televisões e aparelhos de vídeo game. O avô gostava de contar histórias do passado e fatos acontecidos na fazenda, outros novos investimentos como a plantação de mamonas para o bio-diesel um projeto da prefeitura local.

E chegou a noite o jantar estava sendo preparado e de repente; - a luz apagou!

Desespero geral das crianças e dos adultos a procura de velas e lanternas o avô tentou acalmar a todos dizendo que seria uma falta passageira, certamente era a companhia fazendo manutenção já que não estava ameaçando chuva. O tempo foi passando e após 50 minutos resolveram jantar a luz de velas. Passado o jantar continuou a falta de energia, então, entraria o plano B para divertir as crianças;

- mas com que? - tudo o que havia eram aparelhos eletrônicos, não tinha jogo de dama, jogo da velha ou bingo.

Então começaram as reclamações, noras emburradas, netos e sobrinhos achando diferente aquela situação. Um cunhado falando em ir embora e seu Pedro chamando alguns de urbanos.
O fim de semana estava no primeiro dia e já em emissão de acabar e duas horas depois a energia não voltara.
O avô tentava acalmar a situação explicando que sempre acontecia a queda de energia.
A avó já estava ficando triste ao ouvir comentários de alguns que demonstravam arrependidos de terem vindo.
Renato o filho mais velho tentou e reuniu o pessoal adulto na sala, tentou explanar um pouco a situação da falta de luz, como ali mesmo na fazenda a energia só havia chegado a dez anos e que antes só tinha o velho gerador.

Foi aí que o filho de Renato de sete anos falou; - então liga o gerador!

O senhor Pedro explicou que o gerador estava na garagem e que não ligavam o motor a mais de dois anos. Renato propôs que os homens se reunissem para tentar fazer o gerador funcionar. As crianças adoraram a idéia, as mulheres se animaram, a avó explicou que a falta de luz não era problema e que o fogão a lenha tinha serpentina e não faltaria água quente para o banho e propôs preparar massas para bolo e pizza.
Os grupos foram reunidos, os homens para a garagem, o grupo das crianças que em fila indiana foram fazer um passeio pelas trilhas da fazenda com lanternas na mão e guiados pelo avô. O grupo das mulheres dividiu-se entre preparar massas e tomar banho, pois se você quer deixar uma mulher nervosa é a possibilidade de ela deitar sem banho.
O grupo mais preocupado era o do gerador, tinham a responsabilidade de fazer a coisa (energia) acontecer e salvar o fim de semana. As crianças voltaram do passeio e direto para a cozinha comer bolinhos de chuva com Nescal e em seguida foram para o quarto e se jogaram nos colchões espalhados pelo chão, os menores dormiram e os maiores ficaram falando da aventura na trilha escura, como sapos, rãs pulando no açude e morcegos voando baixo.
Exatamente às 23h40min uma luz fraquinha clareou a sala e a cozinha, o gerador estava funcionando. O grupo da garagem comemorou com gritos e palmas, todos com as mãos sujas, após o trabalho árduo sobre aquele gerador, entraram na casa, orgulhosos do trabalho executado. Passava das 3 h da manhã quando resolveram deixar as cervejas quentes, algumas doses de pingas da casa, lingüiças fritas e bolinhos de chuva.

Pela manhã todos estavam animados apesar do cansaço, resolveram executar tarefas até à hora do almoço como lavar a camionete, esticar a fiação que levava luz a lâmpada na entrada da fazenda, limpar o paiol, mesmo para as crianças foram passadas pequenas tarefas e para as mulheres a limpeza da casa.

- O que foi um incômodo do apagão gerou uma terapia do trabalho, diferente do stress do trabalho da cidade onde o cansaço não era mental, sim físico e este tinha um remédio, estirar-se no colchão a sombra da varanda fresca naquela tarde de domingo.

21/04/2009.

sábado, 16 de maio de 2009

O ribeirão e Visão.

... O ribeirão.

Muitos anos atrás quando quase adolescente um menino tomava banho num pequeno ribeirão que passava pelo seu bairro e desaguava no Rio Paraíba do Sul. Juntos a molecada da rua todos os sábados na parte da tarde saiam de casa para tomar banho no ribeirão, depois da bola no campinho na beira do ribeirão.
Era um riozinho estreito de águas claras o ribeirão que passava pelo seu bairro, vinha lá não sabia de onde, só sabia que não tinha bosta, foi o que tinha ouvido de uma lavadeira certa vez. Elas vinham sempre cedo aos sábados com suas bacias cheias de roupas, falavam alto, esfregavam as roupas e as colocavam para quarar sobre a grama baixa e depois mais enxágües nas águas claras do ribeirão que passava pelo seu bairro.

- Hoje, ele é um rio de bosta.

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Visão.

Pela primeira vez,
...eu a vi.
Amanhã certamente,
...a verei.
...hoje eu a vi.
...hoje eu a vi.
...hoje eu a vi.
Hoje é sábado,
...não a vi,
...porque não fui.
Domingo também,
...não a verei.
Na segunda-feira,
certamente a verei.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Conhaque com sal

Em 2000 estávamos eu e alguns amigos a trabalho fora da nossa região. Nos fins de semana quase todos viajavam para cidades vizinhas às vezes devido ao tempo, como frio ou chuva, ficávamos na cidade e procurávamos coisas para fazer como visitas a monumentos ou museus e almoçar tarde em um restaurante chinês. A cada quinze dias em uma localidade próxima tinha uma grande feira que vendia roupas, eletrônicos e muita comida.

Resolvemos ir à feira no sábado, nos encontramos pela manhã e fomos andando pela orla, cerca de 40 minutos. No caminho um de nossos amigos estava resfriado e já mostrando que viria uma gripe forte pela frente, outro da turma receitou uma bebida quente em pequenas doses, para ser mais preciso uma dose a cada duas horas “conhaque com sal” não levamos a sério, mas tinha um pouco de razão, a bebida era quente.

Chegando a rua da feira nosso amigo logo procurou um bar e pediu uma dose de conhaque com sal, tomou e saiu a visitar as barracas e todas as novidades que havia. Passado algum tempo resolvemos fazer um lanche e entramos em uma lanchonete, cada um fez seu pedido e nosso amigo pediu outro conhaque com sal. Voltamos à feira para a parte de roupas e mais tempo, entre serve ou não serve para levar pro filho, mulher e finalmente após três horas de vai e vem resolvemos ir embora e nosso amigo sumiu, procura daqui e dali o encontramos em outro bar bebendo outra dose de conhaque com sal.

Reunida à turma, entre pacotes e bolsas saímos da feira e pegamos o caminho de volta para casa. Nosso amigo já estava meio tonto, falava enrolado e meio mole das pernas e o caminho era longo. Em menos de quinhentos metros sentamos em um banco para que nosso amigo respirasse, retomamos a caminhada, mais um tempo outro banco, então pegamos suas bolsas e sacolas para outro levar. Mais algum tempo e foi ficando pior e já destacamos um outro amigo para ser a âncora, pois o cara já estava mal.

Levamos certa de duas horas para chegar a casa e o pior que além da gripe forte que veio depois, nosso amigo ainda ficou dois dias com problema de estômago devido ao maldito conhaque com sal que não receito para ninguém.


2009.

domingo, 26 de abril de 2009

Perfil / Solidão

Perfil

Sou teimoso, insistente.
Não desisto facilmente
Tenho opinião formada
Por isso gosto da certeza

Julgam-me egoísta
Preso a consideração
Sei guardar segredo
Trago comigo a compaixão

Para o invisível
Prego minha coragem
Temo a idade
Conservo a felicidade

Sou prestativo
Trago amor e carinho
Gosto da natureza
Meu coração é um ninho

Gosto do silêncio
Aves e animais
Admiro o espaço
Sigo passo a passo


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Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entesqueridos que não voltam mais... Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõecompulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isso...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Rabo de cavalo

A praça era pequena tinha apenas três passeios e oito bancos, ficava no centro do bairro e era rodeada de prédios e algumas pequenas lojas. Ali pela manhã poderia encontrar vários idosos a conversar, crianças a brincar nas caixas de areia e nos balanços. À tarde o jogo de dama e buraco liderava, pardais voavam a brigar em bandos e até canários da terra tinham seus ninhos nos baixos postes da praça. Pessoas levavam seus cachorros para passear e sair do stress dos fechados apartamentos do bairro.Mas sempre pela manhã a garota de cabelos pretos e lisos, de estatura pequena vinha para dar continuidade à sua leitura, um livro grosso, outro dia um livro mais magro, ela vinha vestida de calça Jean e uma blusa de moletom, calçava um dia chinelas outro tênis. Usava um brinco discreto e um óculo de grau pequeno, ali ficava por quase duas horas sentada, hora sobre uma perna, hora com as pernas cruzadas a comer as palavras. Os cabelos sempre presos em forma de rabo de cavalo.

- Que linda a menina com os cabelos em forma de rabo de cavalo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O patrão e o diabo.

O patrão e o Diabo.

Faz muito tempo, houve um bom fazendeiro, ele possuía muitos bens e vários empregados escravos. Estes gostavam tanto do patrão, que viviam falando sempre o bem dele.

- abaixo do céu não existe patrão melhor que o nosso. Nos dá uma quantia em dinheiro todo mês mesmo que pouca para nossos gastos pessoais nos faz trabalhar somente o necessário e se preocupa com a saúde de nossos filhos.(diziam os trabalhadores).

Não é como os outros patrões que tratam seus escravos como cachorros e nem dirige a palavra a eles. O diabo estava furioso com o fazendeiro e seus escravos que viviam em grande harmonia, então, se apoderou de um deles o António e mandou que seduzisse seus companheiros contra o patrão.
Um dia os empregados descansavam à sombra de uma árvore e falavam sobre a bondade do patrão e António aproveitou o momento e tomando a palavra, disse:

- Vocês ficam elogiando o patrão, fazemos tudo o que ele pede, queria ver se não o servíssemos bem como ele reagiria com todos nós e certamente nos trataria com maldades como os outros fazendeiros.

As pessoas começaram a discutir com António e por fim, António propôs uma aposta, que deixaria o patrão em fúria e em troca todos os homens dariam suas roupas de domingo e se ele não conseguisse ele daria todas suas roupas.Na manhã seguinte o fazendeiro trouxe uma comitiva de criadores de cabras e ovelhas para uma visita. António que estava dominado pelo diabo virou-se para os seus companheiros e alertou;

-agora vou enfurecer o patrão.

Alguns se colocaram distantes para observar e o diabo subiu em uma árvore e de lá de cima se posicionou para acompanhar o acontecimento. Depois de ter mostrado a fazenda e suas instalações ao grupo, levou a comitiva aos estábulos para apresentar seus animais.Como as cabras e ovelhas moviam-se sem parar o fazendeiro chamou António e pediu que trouxesse um determinado animal para demonstração. António se jogou no meio dos animais como um leão fazendo com que os animais se debatessem uns aos outros, então, agarrou um dos animais com fúria o jogando ao chão segurando suas patas e com os joelhos prendendo seu corpo.Os visitantes ficaram parados e espantados com a violência que o homem agiu sobre um animal pequeno e dócil como aquele e sobre a árvore o diabo sorriu.
O fazendeiro se colocou sombrio, franziu a testa abaixou a cabeça e não pronunciou uma só palavra, por alguns instantes elevou a cabeça ao céu com os olhos fechados, tempo depois abaixou a cabeça, abriu os olhos e fitou António com ar de serenidade e disse;

- Oh! António! – teu patrão te ordenou que me irritasses, mas o meu patrão é mais poderoso que o seu. Saiba que não receberás nenhum castigo, visto que quer sua liberdade eu te dou em presença de meus convidados. Pode ir procurar seu caminho e pode levar seus pertences e tuas roupas de domingo.

Neste momento o diabo desceu da árvore e se afundou nas profundezas da terra.
15/01/09.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Prateado, parte II.

Depois de encontrar o Prateado ou Pepeu Gomes como ficou apelidado o cavalo do Mário, tudo transcorreu bem, foi só alegria com o neto. O tratador continuou a trabalhar no trato do Prateado, mas sob forte recomendação quanto à vigília do animal.

Alguns fins de semana o Mário saia em cavalgada com outros cavaleiros para dar a famosa galopada pela área rural da cidade, Prateado sempre enfeitado e penteado. A família comprou mais duas éguas, mais duas baias, mais trabalho para o tratador e tudo ia bem quando numa sexta-feira Prateado parou de beber água, comer ração e cenouras sendo notado somente no domingo após o almoço quando todos foram visitar os animais. Visto que o animal estava inquieto o tratador informou que não comia nada nos últimos dois dias, olha olho, olha língua e se havia feridas de mordida de cobra, mas nada, então chamaram o Dr. Eduardo (veterinário) depois de quase uma hora de análise, receita antibiótico porque o animal estava com febre alta e foi diagnosticado problema de fígado grave.

Foram quatro dias de acompanhamento e várias visitas do veterinário, e grandes doses de antibióticos. Prateado deitou e não levantou mais, tristeza geral pra família que ficaram horas ao lado do animal até o veterinário anunciar que era melhor sacrificar o animal, seria rápido ele nem iria sentir. Ninguém quis ficar para ver e foram embora chorando sabendo que não voltariam a ver o Prateado vulgo Pepeu Gomes.

Passado dois dias Mário voltou ao sítio para ver como estavam as coisas, conversa vai e conversa vem perguntou onde tinham enterrado o Prateado, estava lá perto do brejo onde nada era plantado. Mário saiu andando olhando as cercas e de longe avistou um monte de terra e foi chegando mais perto notando alguma coisa de errado eram as patas do animal que pareciam quatro estacas sobressaindo da terra parecendo estacas fincadas, voltou correndo ao estábulo e não encontrou o tratador, só o ajudante que explicou que o buraco ficou raso e não teve terra suficiente para cobrir as patas. Mário ficou irritado e disse que voltaria no outro dia e não queria ver as patas do animal expostas. No dia seguinte voltou ao estábulo e foi até a cova do animal e as patas não estavam expostas, mas era estranho que não houve acréscimo de terra, chegou mais perto e viu que as patas do animal foram cortadas.

Voltou ao estábulo correndo e novamente não encontrou o tratador, só o ajudante que disse dentro da sua humildade que o tratador havia serrado as patas. Mário tomou a decisão dispensou o tratador e contratou o ajudante como tratador.


07/12/2008.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Prateado, parte I.

A história que segue aconteceu nos anos 90, o Mário um amigo de trabalho havia comprado um cavalo, depois de muito procurar, o animal foi adquirido de um fazendeiro da nossa região. Houve uma época que muita gente tinha cavalo, era meio que um modismo. A família, filhos e neto deram o nome de Prateado ao animal, manso e com apenas três anos de idade passou a ser o xodó de todos. Foi alugado um pasto, construíram uma pequena baia, era o passatempo no fim de semana, escovar, dar banho e alimentar o Prateado.

Passado algum tempo numa manhã de sol o tratador e um amigo chegaram à baia e o Prateado não estava lá, durante dois dias perguntaram a muitas pessoas, procuraram em todos os lotes abandonados, na beira das estradas e foram até o posto fiscal falar com os federais se haviam apreendido algum animal nos últimos dias e nada, Prateado havia evaporado.

Só restou ao tratador e seu amigo avisar o Mário do sumiço do animal, o dono do animal apareceu com a polícia lá no pasto, fez muitas perguntas e ninguém tinha visto nada, até foto do animal veio junto, o neto chorando atrás e o tratador com o maior medo de perder a tarefa que rendia um dinheirinho no fim do mês.

Passado alguns dias a polícia liga para Mário, é que ele prometeu um bom café se o Prateado fosse encontrado, o policial avisou que estava numa chácara na subida da Serrinha e que lá estava um cavalo muito parecido com o da foto. Mário pegou o carro e subiu a serra voando, entrou pasto adentro onde os policiais estavam conversando com o dono da chácara que jurava ter comprado o cavalo de dois rapazes por 300 contos e que até o devolveria se tivesse o dinheiro que havia investido na compra, trouxeram o animal e no primeiro instante não reconheceram o cavalo, ele estava com a crina pintada de loiro e também outras partes do corpo como rabo e patas.

Mas enfim era mesmo o prateado, entre ameaças e conversas o Mário fez o acerto 100 pra cada lado e não se falou mais no assunto, chegou o caminhão para levar o Prateado de volta, foi aí que o suposto dono até aquele momento virou pro Mário e disse:

- Seu Mário, cuida bem do Pepeu Gomes, foi o nome que a gente batizou ele aqui!

O Mário saiu de lá cuspindo fogo, vê se pode, apelidar o Prateado com nome de cantor que pinta os cabelos cada dia de uma cor diferente. Só que depois daquele dia o nome oficial do Prateado passou a se chamar Pepeu Gomes.



02/11/2008.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ode ao pensamento

Ode ao pensamento.

Se você pensa
O que eu não penso
Não posso saber
O que você pensa

Se pudesses pensar
O que eu penso
Eu poderia saber
O que você pensa

Talvez não concorde
Com o que eu pensei
Esqueças o que penso
Que você não pensou

Penses em outra coisa
Que você não pensou
Talvez você aceite
O que eu pensei

Embora não entenda
O que eu pensei
Gostaria que pensasse
Em aceitar o que penso

Espero que não se arrependas
Concordando com o que pensei
Pois se demorares a pensar
Será tarde para o que pensei

Não quero que digas
Que fiz você pensar
Se aceitas o que penso
Não me peça pra não pensar

Se você me entendeu
Então dê o nome que quiseres
Para o que fizemos
Depois que juntos pensamos.



07/10/06.