terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pedaço de um conto.

- Ela - Aló!

- Ele - Que bom ouvir tua voz.

- Ela - Quem fala?

- Ele - Não lembra?

- Ela - Meu Deus, quando chegou?

- Ele - Faz uns dias, ainda não consegui me organizar.

- Ela - Foram quantos anos?

- Ele - ...sete, sete anos.

- Ela - Onde você está agora?

- Ele - Em são Paulo.

- Ela - Recebi suas cartas.

- Ele - É escrevi nos momentos difíceis quando estava no deserto.

- Ela - Imagino o que você passou, mas também largou tudo e foi ser mercenário.

- Ele - Primeiro pelo dinheiro e segundo pela ilusão de guerrear.

- Ela - ...eu me casei.

- Ele - ...........silêncio.

- Ela - ...entendeu? - eu casei, tenho um casal de filhos.

- Ele – Devem ser lindas, se parecem com a mãe?

- Ela – Um pouco do jeito do pai e a personalidade da mãe.

- Ele - ...silêncio.

- Ela – O que vai fazer agora?

- Ele - ...não sei ainda, montar um negócio ou voltar para os Estados Unidos.

- Ela - ...silêncio. – Tenho que desligar o mais novo está precisando da minha atenção, eu agradeço sua ligação.

- Ele - ...até mais, foi bom falar com você.
- Ela - Eu também! - Espera filho a mamãe já vai! – Tchau!

- Ele - ...coloca o telefone no gancho, uma enfermeira o chama.

- Senhor é a sua vez. Ele sai andando de muletas e entra na sala do médico.

- Médico - Bom dia!

- Ele - Bom dia, doutor!

- Médico - Vamos lá, me conta como aconteceu à amputação da sua perna?

- Ele – Na guerra, na guerra doutor, pura ilusão, por culpa minha não perdi só a pena.