domingo, 3 de junho de 2012

Pedaço de conto II

Já era tarde da noite, abriu a carteira e pegou o cartão. Pegou o celular e digitou, estava nervoso e tocou duas vezes. Ele – Boa noite. Ela – Boa noite. Ele – Sim quem fala? Ela - Sou eu, não reconhece a voz? Ele – Claro! - essa voz de autoridade, voz do meu passado. Ela – Eu nunca imaginei falar com você. Por alguns segundos perdeu a voz, engoliu seco, esqueceu o texto que estava todo decorado, cada frase e cada pergunta. Ela – Ainda está aí? Ele – Eu? – claro, claro, desculpa estou emocionado, faz tanto tempo. Ela – Eu sei, tua voz está diferente eu já a tinha esquecido. Ele – Rouca, forte, arrastada? Ela – Não sei dizer, mas vou me acostumar de novo. Ele – Quer dizer que...(ela corta) Ela – Certeza, agora que te achei, pensa que vou te perder. Ele – Que bom, não estou acreditando, você na minha vida outra vez. Ela – Conta como me encontrou. Ele – Foi por acaso, lembra-se do Filipe, encontrei ele na rede, deixei recado e tempos depois ele me respondeu e na nossa conversa falamos de você e foi então que me disse que havia encontrado com você no aeroporto em Paris e me passou seu cartão... Ela – Posso te ligar amanhã? Ele – Já estou esperando.