sábado, 2 de novembro de 2013

Pontaria I – Pedrada em galinha.




Desde a infância eu sou bom de pontaria quando jogava pedra, bolinha de gude, jogando taco na rua, na guerra de sementes de mamonas com estilingue (atiradeira) ou atirando com espingarda de chumbinho que meu pai me deu quando fiz quatorze anos. E essa boa pontaria me causou alguns incidentes sociais e por conta alguns castigos que limitavam minha pouca vida de moleque como jogar pelada no sábado.
Meu primeiro incidente foi quando aos onze anos brincava na beira do rio que passava perto da minha casa como era de uma água muito límpida vária mulheres lavavam roupa ali e as estendiam sobre a grama para quarar e do outro lado do rio várias galinhas e seus pintinhos pastavam e ciscava, eu quase não aparecia na beira do rio (aquele que está no poema O rio do meu bairro) e enchi a mão de pedra e comecei a jogá-las sobre a água e não sei o motivo comecei a jogar pedras nas galinhas do outro lado com a intenção de espantá-las e no meio delas uma caída e se debatendo eu tinha acertado a cabeça de uma delas. Como eu acertei a cabeça de uma galinha tão pequena principalmente em relação ao seu corpo, voltando à galinha se debatendo as outras se afastaram e aos poucos foi ficando imóvel e morreu.
Do outro lado um garoto mais velho que eu assistia o acontecido. Assustado, voltei correndo pra casa e passei parte do dia pensando no acontecido e lá pelas cinco da tarde um senhor de barba ruiva batia palmas no nosso portão e atendido pelo meu pai, os dois conversaram sobre alguma coisa que o homem trazia numa bolsa, meu pai pagou o preço da galinha viva, levei um grande sermão e um castigo de não passar perto do rio e nunca jogar pedra principalmente num alvo vivo.