sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sinatra no sítio do seu Queiroz - II

A recepção

O veículo tomou o caminho da estrada de terra e ao longe se avistava pequenos pontos de luz já acesas da casa grande da fazenda. Entraram pela varanda rapidamente devido aos fortes ventos já com pingos de chuva sobre suas cabeças. A porta da sala foi aberta por uma senhora de estatura mediana já com seus cabelos brancos e ligeiramente de modos finos, via-se que seus traços ainda traziam a beleza da juventude assim era D.Helena a mulher do seu Queiroz, um fazendeiro que levava o sobrenome do pai famoso no interior de Minas Gerais.
Os hóspedes pararam no meio da grande sala e D.Helena foi tomada de um susto e colocando as mãos sobre a boca não acreditando na figura que estava diante dela, nada mais, nada menos que um americano de olhos azuis e poucos cabelos estendendo a mão para cumprimentá-la e se apresentou simplesmente como Sinatra, seu Queiroz que durante o percurso não prestou atenção nos viajantes também ficou surpreso ao reconhecer um dos homens mais famosos da América, o outro era um sujeito latino com cara de mexicano que se incumbiu de traduzir os curtos diálogos trocados nas apresentações.
Todos sentaram e ficou acertado que não haveria possibilidade de voar mais tarde e que então seriam hóspedes por uma noite e D.Helena chamou Amélia à empregada orientando para preparar as acomodações para os três homens, a melhor suíte seria para o rei da voz e avisou a todos que o jantar seria servido em uma hora. Ficaram ali na sala por algum tempo conversando e por fim foram levados aos seus aposentos para um banho e trocar de roupas.
O casal não acreditou que em uma suíte de sua casa dormiria Frank Albert Sinatra. Passado uma hora um a um foram retornando a grande sala, onde uma mesa para doze lugares estava sendo preparada e que a muito não era utilizada, somente nas datas comemorativas quando os filhos viam de São Paulo para as férias de fim de anos ou um feriado prolongado, sobre ela estavam depositados os melhores pratos da culinária mineira.
O jantar transcorreu com muita conversa e foi servido como aperitivo uma pinga “Do seu Queiroz”, Sinatra tomou algumas doses e comeu galinha com quiabo a qual foi muito elogiada ao final do jantar e para sobremesa foi servido queijo minas com goiabada e uma travessa de doce de abóbora. Terminado o jantar, passado a chuva sentaram na varanda e fumaram um original charuto cubano oferecido pelo próprio Sinatra. D.Helena aproveitou a alegre conversa para fazer algumas perguntas ao cantor, como saber da sua carreira no cinema e no disco, Sinatra respondeu a todas as perguntas e agradeceu pelo carinho e a hospedagem. Já era tarde e os hospedes foram descansar, afinal o dia tinha sido agitado.

Próxima semana cap 3.