sábado, 14 de dezembro de 2019

Madrugada



Eu gosto da madrugada
Assim como os gatos e os boêmios
Que rondam as ruas e telhados
Na madrugada está a liberdade
A inspiração nas estrelas
É quando a mente viaja
E traz à lembrança de você
Como aquela que passeamos
Descalços sobre a areia úmida
De mãos dadas na madrugada
Na praia deserta no último inverno

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Surtados





As vezes ouço gritos
Que vem das ruas
Onde dormem gentes
Sob marquises, bêbados
E eles se parecem loucos
Como todos que vivem
Em camas quentes
Que também surtam
Sem bebidas e drogas
Surtam pela solidão
Pelo amor demais, ou,
Não suportam em não ter
Gritam pelas manhãs
Cantam na madrugada
Outras, vozes dos mesmos
Invadem suas cabeças
E transbordam seus
Desejos e visões
Necessidades avulsas
De acalantos serenos
Que alimentam a alma
Que conforta a loucura
Conversam com monstros
Os expulsam das suas solidões
E anestesiados sorriem
Fazendo das noites negras
Seus momentos de realidades

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O sol





Não posso recusar olhar
O sol a cada manhã
Ele apaga as sombras
...de ontem.
E abrilhantará...
Os desafios de hoje

sábado, 10 de agosto de 2019

Cartas



Cartas

Hoje as cartas escritas a mão estão extintas, as cartas de hoje são e-mails rápidos que podem ser lidos em instantes. Mas eu ainda escrevo cerca de trinta linhas no e-mail para um amigo esperando que ele leia devagar e se sinta feliz por ter recebido uma longa carta. E eu espero que mesmo sem prática para escrever longos textos tente me responder à altura para que eu sinta o prazer de ler uma longa carta de um amigo distante.

domingo, 21 de julho de 2019

Nascimento



O escritor Uruguaio Eduardo Galeano ao falar da sua origem e dos nomes dentro da família cita uma passagem engraçada sobre nomes é caso do japonês Hokusai pintor que trocou seu nome sessenta vezes durante a vida para celebrar sessenta vezes seu nascimento. No Uruguai um país formal o fez enjaulado por louco e simulador de identidade.

sábado, 8 de junho de 2019

Dedicação





Um homem dedicou toda sua alma e seu pensamento a uma mulher. A ela doou seu coração. Ele ofereceu flores. Foi único nos seus beijos. O encanto estava exposto no brilho dos seus olhos. Ofertou ouro e chocolates a sua amada. Amores foram trocados sobre as tardes tomadas de sol e da pele. Mas o encanto acabou na certeza da traição. Ele recolheu o amor, a alma e guardou no coração a dor.

sábado, 4 de maio de 2019

Encontro




Caminhamos por caminhos distantes
Cada um na sua trilha
Buscando no horizonte, um passeio estreito
Onde lado a lado e de mãos dadas
Seguiremos pela planície desconhecida
Onde pássaros flutuam no espaço eterno
E nós a desvendar um caminho de luz
Para em fim fincar os pés na paixão

quinta-feira, 4 de abril de 2019

A moça



A moça

Manhã de inverno, perto das 9 horas. Uma mulher vestindo gorro verde e blusa de lã atravessa a rua em direção a pastelaria. Trás no rosto um semblante frio e sério. Chega ao balcão e pede dois pasteis para viagem. O atendente prepara e entrega a sacola, ela paga com o cartão e agradece. Volta a seguir pela calçada agora com ar de satisfeita. Abre o portão e senta-se no banco da varanda, procura uma posição que o sol da manhã bata sobre suas pernas. E começa a degustar o alimento gorduroso, calórico e proibido, talvez por isso ela o levasse para comer em casa longe dos olhos alheios.

sábado, 9 de março de 2019

Um homem de êxito



Não pode olhar a lua sem calcular a distância. Não pode olhar uma árvore sem calcular a lenha. Não pode olhar um quadro sem calcular seu preço. Não pode olhar um cardápio sem calcular suas calorias. Não pode olhar um homem sem calcular a vantagem. Não pode olhar uma mulher sem calcular o risco.

(Tradução do texto – Edmilson Naves de Oliveira, texto de Eduardo Galeano – escritor Uruguaio).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Modernismo


Queira você ou não fazemos parte da delinquência moderna. Carregamos todos os vícios rotineiros. Tirando os vícios de beber e fumar, que para alguns não são vícios e sim maneiras de relaxar. Os vícios modernos vão contra a sociedade, é a discriminação racial e social, o fechar dos olhos para a fome dos desprovidos, a falta da educação e do trabalho, responsabilidade estas dos governantes. A crueldade do abuso sexual infantil, o endeusamento de celebridades esta nova parcela da sociedade fútil. A desconfiança no próximo gerada pela corrupção que atualmente é o maior dos vícios. O extermínio de pessoas pelas guerras urbanas já não nos assusta. O modernismo deveria ser pautado na arte que traz a orientação para o bem da sociedade.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Desnuda





Todo dia ele enviava um pequeno poema de bom dia para uma linda mulher e nunca havia recebido uma resposta de agradecimento. E por meses continuou a enviar os pequenos poemas e nunca recebia resposta. Então, certa manhã não enviou, na manhã seguinte também não e nem nas outras. Após uma semana recebeu uma mensagem de bom dia que dizia: - sinto falta dos meus poemas, atualmente nem tenho me desnudado sobre minha cama para lê-los, já não tenho fome nem prazer para começar meu dia e sinto uma grande tristeza pela falta do seu amor.