segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Porta retratos
Sobre o móvel
Descansa o porta retratos
Que equilibra a foto
No salão frio e escuro
A foto observa com sorriso
E olhos fixos no nada
Procura a energia
Que o tempo levou
E velha, a foto estática
Espera que abram
Janelas e surjam luzes
Que o calor venha secar
A umidade do papel
E que a foto possa
Sorrir para o horizonte
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Poeminha Bossa Nova
O samba que toca
A rasteirinha que passa
A areia, o chope
São cangas, toalhas
Bronzeadores, protetores
O mar, o sol
A morena, a loira
A pele, o fio dental
O frescobol, é a paquera
É o pega, é o fica
É o por do sol
sábado, 3 de novembro de 2012
Palavra
A palavra
Escrita, bela
Falada, suave
Espiritual, forte
A poesia de palavras
Que significa nada
A quem não as engole
Tão serve para chorar
Palavras de amor
Verdadeiro, promissor
Palavras sussurradas
Em meio ao temor
Palavras complicadas
No medo, na dor
Quem dera cada palavra
Desvendasse o pudor
Das palavras dos outros
Das palavras minhas
Palavras de amor
sábado, 13 de outubro de 2012
Reencontro II
O vento que levou além o tempo
O tempo que se perdeu no vento
E fez adormecer o sentimento no tempo
Reencontrou a flor trazida pelo vento
E fez mais florida a última primavera
Fazendo cravo e rosa voltar no tempo
E do encontro, se fez amante a pele
E dos lábios, o gosto sabido dos beijos
E do gozo, o calor rubro sobre a face
E do coração, dimana de novo o amor
E juras, que nem o tempo e o vento
Tornarás a adormecer o sentimento
sábado, 6 de outubro de 2012
Ousada
Atravessei à calçada, ia de cabeça baixa.
Ele com seu corpo exprimido entre a multidão.
Nem houve tempo de desviar do choque inevitável
Em meio da multidão. O pedido de desculpas ao abaixar
...para pegar a bolsa que se lançara ao chão.
E eu mais ousada vi que era o momento da minha vida.
Apresentei-me e passei meu cartão, e sem pudor falei
...se poderíamos nos falar outra vez.
Ele sem entender bem o que estava acontecendo sorriu
...diante do que se ofertava a sua frente entre uma multidão,
...correndo de um lado para outro.
Sorriu pegou o cartão e entre esbarrões falou
...que não tinha cartão, mas tinha o celular.
Anotei e com a promessa que a noite me ligará.
Saímos em direção opostas, seguindo o fluxo da multidão.
Entrei no apartamento e já fazia vinte horas.
Joguei a bolsa e pastas sobre o sofá,
...entrei no banho deixando roupas espalhadas pelo corredor.
Abri o chuveiro e toca o celular, saí enrolada na toalha.
(Ela) - Alô.
(Ele) - Alô pode falar?
(Ela) - Acabei de chegar, eu ia tomar banho.
(Ele) - Desculpe-me ligo mais tarde.
(Ela) - Não, o banho pode esperar.
(Ele) – Meu nome é Luiz, Luiz Pereira, o seu é Laura, o cartão...
(Ela) – Nem sei como me atrevi daquela maneira, foi uma loucura.
(Ele) – Eu gostei da sua atitude, o mundo está cheio de gente certinha, você é ousada,deve ser ótima no que faz.
(Ela) – Sou promotora de shows.
(Ele) – Com artistas?
(Ela) – Sim, gente da música e você?
(Ele) – Médico cardiologista pode jantar amanhã?
(Ela) – Melhor, eu tenho um show amanhã, tenho convites, Roberto Carlos aceita?
(Ele) – Claro, pode me passar seu endereço?
(Ela) – Sim anota amanhã as nove.
(Ele) – Assim que eu chegar aviso.
(Ela) – OK! Fica assim então.
Jornal das sete dois dias depois.
“Encontrada morta a facadas a promotora de eventos Laura Falsim, suspeita de agressão sexual, sem pistas até o momento.”
06/06/11
sábado, 15 de setembro de 2012
Eu desejo
Que passe distante
O céu escarlate
Girando a noite e o dia
Mirando as formas
Geométricas e imaginárias
No longe das montanhas
Onde o sol faz sua morada
No entardecer dos nossos olhos
Momento que degustamos
Um tinto do Porto
Ao gosto do queijo
Que desce da Serra da Estrela
E poder sonhar
Com Pessoa ou Gelman
Vivendo uma vida louca
sábado, 1 de setembro de 2012
DURA LEMBRANÇA
O espinho da rosa vermelha
Espeta a palma da mão
Quando se colhe suas pétalas
E misturam ao sangue + que positivo
Ardente do meu corpo
Acúmulos de jornadas
Constantes dos banquetes
Que passamos noites adentro
Do nosso aposento que
Chamamos de ninho do amor
Como nossos beijos
Lábios vermelhos de paixão
Tanto o espinho como a rosa
Símbolo do amor e do ódio
Que vive entre nós
E o tempo este que gira
E converte partes mortas
Em cinzas de passado
E choram lágrimas escuras
E faz lembrança o passado
Que um dia foi um rosal
terça-feira, 31 de julho de 2012
Antigo amor
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Festa no Consulado da Argentina
Das aventuras que eu e meu amigo André vivemos em nossa temporada na Espanha uma delas nos marcou muito, aconteceu através de um dos nossos amigos espanhóis Pedro Cantero dançarino de tango e como parceira sua mulher. Numa das nossas conversas onde narrava sobre suas apresentações em festas, televisão e seu grupo de amigos dançarinos, ele nos perguntou se nós tínhamos interesse em assisti-los em uma festa que aconteceria naquela semana num salão da cidade, marcado hora, local, fomos nós, vestidos a rigor conforme pedia o evento.
Chegando nossos nomes constavam na lista dos convidados alguns ilustres da sociedade local, aliás, era uma festa do Consulado da Argentina que comemorava sua data da independência. Recebidos pelo nosso amigo e sua simpática esposa e apresentados aos outros casais do grupo sentamos em uma mesa de frente pra pista. Após um longo discurso do Cônsul local iniciaram as apresentações como um cantor de tango que veio exclusivamente para a festa, outros declamaram poemas e poesias regionais e por fim a escola de dança do Pedro, foram cinco apresentações variando os casais e o estilo, podemos sentir a força de um rito, sua sensualidade e técnica o mesmo que senti ao assistir uma apresentação flamenca.
Sobre a festa uma maravilha, boas comidas regadas a bons vinhos argentino e espanhol, em certo momento meu amigo André que não bebe chamou o garçom e pediu um suco, naquele momento aconteceu uma coisa que jamais vamos esquecer, o rapaz nos perguntou se éramos brasileiros, dito que sim ele se apresentou, seu nome era Luiz Carlos, nascido no morro Santa Marta, carioca da nata e ali em pé ao nosso lado passou a contar sua trajetória espanhola nos últimos sete anos desde sua saída do Rio, chamou algumas pessoas e após apresentações nos colocamos nas rodas de conversas pelo resto da noite, nosso amigo Pedro nos fez algumas apresentações de pessoas ilustres da Argentina e do governo local.
Ainda hoje eu e meu amigo Pedro trocamos cartões de Natal e e-mails durante o ano e falamos um pouco da vida.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Nem tudo
Nem tudo que eu penso é certo
Nem tudo que eu acredito é bom
Nem tudo que vivi foi previsto
Nem tudo que almejo é futuro
Nem tudo que sinto tem paixão
Nem tudo que digo é poesia
Nem tudo que ouço é razão.
sábado, 16 de junho de 2012
A menina dos olhos brancos
A menina dos olhos brancos
De cor parda e corpo de mulher
Tem o olhar frio
Não demonstra desejos
O que ela pensa?
Será que ela almeja
Um grande amor
Ou chora escondida
De paixão
Ou porque carrega
Uma pedra no coração
Talvez o sol não tenha brilhado
Esta manhã na sua janela
Ou deseja explodir de emoção
Ah! Menina
Quem me dera ser
Teu desejo de paixão
domingo, 10 de junho de 2012
Amar é...
...esta é uma das melhores definição de amor a dois.
Amar é gostar de tudo em outra pessoa,
Adaptar-se aos seus defeitos,
gostar das qualidades, respeitar as vontades
ser paciente quando se está perto
de perder a cabeça.
Amar é querer estar ao lado da pessoa
a cada momento, mas respeitar os espaços
quando necessário.
É colocar-se no lugar de quem ama,
antes dizer ou fazer qualquer coisa
que possa magoá-lo.
domingo, 3 de junho de 2012
Pedaço de conto II
Já era tarde da noite, abriu a carteira e pegou o cartão. Pegou o celular e digitou, estava nervoso e tocou duas vezes.
Ele – Boa noite.
Ela – Boa noite.
Ele – Sim quem fala?
Ela - Sou eu, não reconhece a voz?
Ele – Claro! - essa voz de autoridade, voz do meu passado.
Ela – Eu nunca imaginei falar com você.
Por alguns segundos perdeu a voz, engoliu seco, esqueceu o texto que estava todo decorado, cada frase e cada pergunta.
Ela – Ainda está aí?
Ele – Eu? – claro, claro, desculpa estou emocionado, faz tanto tempo.
Ela – Eu sei, tua voz está diferente eu já a tinha esquecido.
Ele – Rouca, forte, arrastada?
Ela – Não sei dizer, mas vou me acostumar de novo.
Ele – Quer dizer que...(ela corta)
Ela – Certeza, agora que te achei, pensa que vou te perder.
Ele – Que bom, não estou acreditando, você na minha vida outra vez.
Ela – Conta como me encontrou.
Ele – Foi por acaso, lembra-se do Filipe, encontrei ele na rede, deixei recado e tempos depois ele me respondeu e na nossa conversa falamos de você e foi então que me disse que havia encontrado com você no aeroporto em Paris e me passou seu cartão...
Ela – Posso te ligar amanhã?
Ele – Já estou esperando.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Sonho sobre sonho
Eu giro de um lado a outro sobre a cama grande e de aspecto velha de uma noite quente de um Fevereiro em uma Malásia distante. O sonho que sonho me leva a um penhasco e por uma força oculta me empurra sobre o vazio e em desespero grito ao perceber que lá embaixo a grande lagoa não tem mais que um espelho fino d’ água, meu corpo salta na tentativa de evitar o choque e ao abrir os olhos estou salvo. Respiro fundo e estou sentindo um perfume barato sobre a pele dourada que descanso minha cabeça. O ambiente está úmido e o ventilador de teto gira, fazendo um ruído que mais parece uma hélice de um helicóptero distante. Olho para cima do colo suado sob meu queixo e não tem face o rosto que me sorri. Acordo e sinto a falta da pele rosada e do rosto que me fez transpirar de prazer.
domingo, 22 de abril de 2012
Passados
Vivia passada, a lembrança
Situação, condição, mutilação
Não se apega ao outro, a tantos
Nunca um encontrar de mãos
De olhar, de sorrisos
O tempo, esse que disfarça
O girar do sol e da lua
Que nos abandona ao léu
E nos faz esquecer faces
Sonhos que o mundo mata
Mas que numa manhã sombria
Sobre o orvalho da noite
Desceram pingos de lembranças
Tão passadas como a lira
E fez renascer ao fundo
A perdida ilusão
De ter vivido o maior
Dos amores distantes
domingo, 8 de abril de 2012
Nem tudo
Nem tudo que eu penso é certo
Nem tudo que eu acredito é bom
Nem tudo que vivi foi previsto
Nem tudo que almejo é futuro
Nem tudo que sinto tem paixão
Nem tudo que digo é poesia
Nem tudo que ouço é razão.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Eu desejo
Eu desejo
Que passe distante
O céu escarlate
Girando a noite e o dia
Mirando as formas
Geométricas e imaginárias
No longe das montanhas
Onde o sol faz sua morada
No entardecer dos nossos olhos
Momento que degustamos
Um tinto do porto
Ao gosto do queijo
Que desce da Serra da Estrela
E poder sonhar
Com Pessoa ou Gelman
Vivendo uma vida louca
sábado, 10 de março de 2012
O caso das gêmeas - última parte.
Como todo
casamento elas tinham suas crises com seus maridos e sofriam por isso, por
vezes caladas, após alguns meses resolveram se abrir uma com a outra e como
sempre o apego entre as duas as colocavam em conversas longas via telefone. A
desconfiança principal era a traição de ambos devido às desculpas parecidas
dadas pelos dois, também havia a possibilidade dos dois serem cúmplice um do
outro no caso da traição. Então as gêmeas planejaram que descobririam a causa
do afastamento dos maridos nem que levasse um tempo. Após algumas incertas em
bares e clube, Clara que havia ficado responsável pelas primeiras investigações
se reuniu com a irmã e fizeram um balanço dos acontecidos e resolveram que
poderiam fazer um esforço para tentar recuperar a harmonia dentro de suas casas
e fariam almoços e churrascos no intuito de melhorar o convívio entre os
casais. Algumas pessoas se passaram e a situação amorosa não melhorou, pelo
contrário começaram as brigas e no seu ímpeto surgiu a palavra separação
pronunciada por Artur o mesmo acontecendo com Edson. As irmãs choraram juntas e
colocaram em dúvidas seus atrativos femininos, eram mulheres loiras, bonitas e
inteligentes. Clara tinha uma desconfiança da causa dessa desavença crescente
entre os casais, mas só de pensar tinha medo do que poderia acontecer
futuramente. Como a situação não evoluía para melhor por mais de quatro meses,
Clara resolver conversar com a irmã sobre o assunto e marcaram um encontro,
após uma longa conversa Clarice chorou muito e resolveram marcar um almoço num
restaurante a kilo e poderiam conversar com os maridos todos juntos. Marcado o
almoço para o fim de semana Clara e Artur passaria na casa de Clarice e Edson,
foram a um self-service e conversaram sobre várias coisas menos sobre a
situação atual de casa casal, ao fim do almoço Clarice propôs que fossem a um
sítio modelo onde as crianças poderiam ver bichos e brincar um pouco, os
maridos inicialmente recusaram, mas por fim aceitaram a proposta das gêmeas.
Na estrada que
levava ao sítio era de terra e cruzavam um rio por mais de duas vezes em pontes
de madeiras velhas. Ao aproximar do rio que vinha entre as árvores, Clara pediu
que parassem sobre a ponte para que as crianças vissem o rio lá embaixo e Artur
parou o carro e Clara desceu de um lado e Clarice de outro lado cada qual com
seu filho no colo e os dois maridos não saíram do carro e estranharam a saída
das duas do veículo e Clarice colocando Juliano ao chão, Clara levando-os para
trás do carro segurando ao lado direito sua filha Sara e ao lado esquerdo seu
sobrinho Juliano, os dois de apenas dois anos não poderiam imaginar o que se
passava naquele ambiente.
Clarice diante
da porta esquerda do veículo olhando para dentro do veículo com um ar sério de
questionamento e os dois maridos sem entender o que se passava e veio a
pergunta:
- Eu gostaria
de saber uma coisa de vocês e queria ouvir a verdade, vocês têm um caso, vocês
são gays?
Os dois
olharam-se e Artur começou a falar exaltado negando a pergunta a chamando de
doida e outra mais, nisso Clarisse retirou da bolsa uma arma que Edson a
reconheceu, pois era sua arma que ficava guardada no armário da cozinha, arma
que foi do seu pai e a guardava não sabia por que, mas seus olhos de
apavoramento entraram em pânico e Clarice fez de novo a pergunta agora com a
arma em punho apontada para dentro do carro. Artur com medo da situação
apresentada resolveu admitir que tivesse alguma coisa, mas poderiam conversar
sobre o assunto e chegar a uma solução, Clara já ia com as crianças a uns
trinta metros pelo caminho de volta quando ouviu um estampido e logo em seguida
outro que ecoou pelo vale, em seguida Clara virou e pode ver o carro sendo
empurrado para o lado esquerdo da pequena ponte e caindo sobre as pedras lá
embaixo e girando sobre a correnteza do rio que estava acima do nível devido às
chuvas de verão. A arma foi jogada bem mais a frente em outro poço mais fundo,
Clarice saiu em direção à irmã deu a mão ao pequeno Juliano e retornaram pela
estrada de terra. Clara olhou para Clarice se abraçaram, nenhuma lágrima caiu
sobre a face das gêmeas, entre elas o feito tinha um objetivo que era não serem
a vergonha da cidade e que o amor de irmãs estava acima de tudo.
quinta-feira, 1 de março de 2012
O caso das gêmeas
Clara e
Clarice vieram ao mundo no dia 18 de junho de 1978, às 10:00 hs de manhã uma
manhã de domingo. Foi a maior felicidade de Roberto e Mirela, eram pais de
primeira viagem e já tiveram gêmeas. Clara veio primeira e depois Clarice que
quase não chorou e essa qualidade de calma seria para toda sua vida. Clara já
fez um pequeno show chamando a atenção de toda a equipe médica.
Foram
crescendo e como todas as crianças gêmeas usavam roupas e cabelos iguais, só
eram distinguidas nas brincadeiras, onde Clara era mais arrojado, falava mais
alto e tinha uma risada estridente. Assim foi a infância e a adolescência das
gêmeas eram invejadas pela beleza.
Mas uma coisa
podia ser notada nas gêmeas mesmo as pessoas que não as conheciam eram a proteção
e o amor de irmãs entre elas. Os pais tinham certeza disso, pois mesmo idênticas
e com uma personalidade distinta elas nunca tinham brigado sério e nem ficaram
sem se falar por mais de um dia. E seguiram até a universidade sempre juntas e
como era esperado começaram a namorar no mesmo dia e conheceram os futuros
maridos na mesma festa, Clara com Artur e Clarice com Edson, o namoro rolou por
mais de três anos até a formatura das duas irmãs e veio o noivado e a data
marcada para o casamento.
A festa de
casamento foi um acontecimento de destaque na cidade, aliás, eram Clara e
Clarice que estavam se casando. Formada as famílias foi a vez dos netos Clara
casada com Artur e mãe de Sara e Clarice casada com Edson e mãe de Juliano, os
pequenos nasceram no mesmo mês com espaço de quinze dias entre os nascimentos.
As irmãs viviam perto, na mesma cidade e nos fins de semana almoçavam na casa
dos pais, na casa dos sogros e uma vez por mês as duas irmãs passavam o domingo
juntas onde mesmo que pequenas as crianças podiam brincar e se conhecerem
melhor e viverem como primos irmãos. Os maridos também eram grandes amigos e
sempre estavam juntos, na bola de quarta-feira à noite e nos fins de semana.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Jardins
As centenas
de metros
De jardins floridos
Embelezam o olhar
A vista, o infinito
Tem mais sorrisos
Tem mais brilho
Tons multicolores
E no fundo o som
Um piano embala
Balada, não de amor
Mas de sentimentos
Que saem do fundo
Do florido sentido
Que seja do céu, claro
Dos olhos que passam
De semblantes perdidos
Que seguem ao destino
Perto, longe, de passadas
Largas e rápidas, talvez
Um encontro, um bar
No fim do jardim florido
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Sombra
Nasceu
Na rua da bica
Filho de mãe pobre
...sem pai
...sem teto
...sem nome
Conhecido Filho da Dinha
Cresceu nos becos
Nas calçadas
Nos pés dos morros
Dormia nas moitas
De bambu
De capim
Com jornais
Com papelão
Comia
...o que ganhava
...o que pedia
...o que roubava
Vivia Na malandragem
Na vadiagem
Morreu
Fugindo do asfalto!
Na rua da bica
Filho de mãe pobre
...sem pai
...sem teto
...sem nome
Conhecido Filho da Dinha
Cresceu nos becos
Nas calçadas
Nos pés dos morros
Dormia nas moitas
De bambu
De capim
Com jornais
Com papelão
Comia
...o que ganhava
...o que pedia
...o que roubava
Vivia Na malandragem
Na vadiagem
Morreu
Fugindo do asfalto!
domingo, 22 de janeiro de 2012
Não me importa nada
Eu parto, eu te deixo
Com seu vestido azul
Que um dia te conheci
Não decifrei seu destino
Busquei entendimento
Encontrei angustias
Se não vivi seus sonhos
Creia, eu parto
Não me importa nada
Não me importa nada
Com seu vestido azul
Que um dia te conheci
Não decifrei seu destino
Busquei entendimento
Encontrei angustias
Se não vivi seus sonhos
Creia, eu parto
Não me importa nada
Não me importa nada
domingo, 8 de janeiro de 2012
Reencontro
O vento que levou além o tempo
O tempo que se perdeu no vento
E fez adormecer o sentimento no tempo
Reencontrou a flor trazida pelo vento
E fez mais florida a última primavera
Fazendo cravo e rosa voltar no tempo
O tempo que se perdeu no vento
E fez adormecer o sentimento no tempo
Reencontrou a flor trazida pelo vento
E fez mais florida a última primavera
Fazendo cravo e rosa voltar no tempo