segunda-feira, 29 de junho de 2015

Esquecendo as filhas




Um conhecido nosso o Souza era um cara estressado com o trabalho e ainda por cima fumava quase três marços de cigarros por dia, fumava na ala do café, na sua sala de trabalho e nos corredores.
Ele tinha umas histórias inacreditáveis, seu trabalho era de técnico e algumas vezes eram chamadas fora de hora para auxiliar o pessoal da manutenção, em uma destas vezes num sábado perto das oito horas da noite o Souza foi chamado para comparecer ao trabalho devido a uma pane nas máquinas. As duas filhas do Souza quiseram ir com o pai ao ouvi-lo dizer que seria por apenas uma hora e meia no máximo, após insistirem muito o Souza resolveu levá-las e fazia frio, pois era a estação Inverno.
O Souza chegou à fábrica deixou as meninas, uma de doze anos e a outra de oito dizendo que deviam ficar perto do carro e que logo voltaria. Foi direto para a manutenção auxiliou o pessoal a colocarem as máquinas em movimento, dali Souza resolveu dar uma passada na sua sala, sentou acendeu um cigarro e começou a despachar papeis e fazer um relatório sobre a manutenção daquela noite, lá por volta das quatro da madrugada o telefone da mesa tocou era sua mulher dizendo
que tinha acordado e notou que não tinham retornado ainda com as meninas e que elas deveriam estar sentindo frio.
Foi aí que o Souza se tocou da hora e saiu correndo em direção ao estacionamento e chegando ao carro as duas meninas estavam abraçadas e dormindo.
O Souza voltou pra casa e chegando teve que ouvir um monte da mulher e não tinha como se desculpar, pois estava completamente errado e assim era o Souza um cara estressado, concentrado e voado.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O mar de Angra dos Reis



O carro aponta o último túnel
De repente
A escuridão das cavernas
A umidade em gotas
E suas pedras escuras
E surge
A claridade do sol exposta
Que nos abala a retina
Entre raios coloridos
Das frestas que transpassam
As copas imponentes das árvores
Neste momento
No horizonte desponta
O mar de Angra dos Reis
Já se pode mirar
Uma de suas ilhas
Das centenas que povoam sua baía
Aqui de cima se vê o espelho
Da superfície verde de suas águas

E que se confunde com os olhos
Da garota que a pouco partiu.


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