domingo, 28 de junho de 2009

Esperança

O nascer da vida

No crescer de um corpo

No mundo a esperança

E se perder em idéias loucas

A padecer o corpo

Maltratando a vida

A findar em sonhos loucos

As esperanças poucas

Ao sentir o perder de tudo

E ver o corpo, perdido e só.

Neste mundo imenso

A querer de tudo

Por sem nada ter

A chorar a vida

Sem saber por que

De caminhar às cegas

domingo, 21 de junho de 2009

A boa crônica.

Rubem Braga, escritor Capixaba jornalista, trabalhou de correspondente de guerra na Itália para o diário carioca.
No fim da segunda guerra voltou ao Brasil e foi morar no Rio de Janeiro.
Rubem Braga, repórter, editor de jornais e revistas por todo o Brasil. Seu primeiro livro o “Conde e o passarinho” escreveu quando tinha 22 anos. Em sua carreira ele ficou marcado por ser o único autor brasileiro que fez sucesso exclusivamente escrevendo crônicas.
O porquê do meu interesse pela obra do autor, é que anos atrás eu tinha dúvidas sobre o que era uma boa crônica e numa pesquisa sobre o assunto descobri Rubem Braga.
A crônica contada simplesmente sobre qualquer tema, como: O homem rouco, O padeiro e a Primeira mulher do Nunes. Ler contos e crônicas do autor me abriu a mente para entender melhor à técnica da escrita fácil em forma de narração ou carta a um amigo.
Não conheço profundamente a obra de Rubem, mas conheço bem sua crônica fácil de entender e simples no escrever.
È o que tento passar quando escrevo um pequeno conto, uma crônica ou mesmo quando narro um fato antigo, graças ao Rubem, perdi o medo da crítica.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Passado.

Quisera eu não ter vivido
O amor que vivi...
Dias azuis e céu de estrelas
Resplandecentes, embalaram
...nosso amor.

Por anos planos foram traçados
...futuros esperados.
E por pouco a chama se apagou
O sol se tornou cinza...
O céu escureceu...
O futuro estacou...

Uma lágrima rolou
O tempo nos impôs,
...a falta.
Que tarde, virou
...saudade.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O tempo e os amigos.

“Passei grande parte da minha vida conhecendo pessoas e cultivando amigos”.

Quando novo eu separava os amigos, aqueles que podiam ir a minha casa para estudar em épocas de prova, aqueles que faziam parte da turma da pelada no campinho da beira do rio aos sábados à tarde.

Amigos como o João que juntos pegávamos cana de cavalo (aquela dura) no sítio do Cambeca, como aquele dia em que perdi a faca de pão da minha mãe, aquela que tinha uma serrinha fina, usava para cortar cana sem fazer barulho e por causa do cachorro, saímos correndo e deixei a faca cair no matagal e levei dois dias de procura para encontrá-la e devolver a gaveta sem minha mãe saber do acontecido. Outra, o dia em que pulamos o muro da escola municipal do bairro só para jogar ovo no vigia da escola, um velho chato que morava ao lado da escola e reclamava de tudo.

O Zinho vizinho da nossa casa que nos anos 70 era viciado em musculação e inventava peças como latas de tinta cheias de concreto para levantar peso e cordas esticadas entre árvores para saltar e que sem saber tinha um problema no coração e que foi agravado pelo esforço físico, vindo a falecer aos 16 anos.

Hoje eu classifico as pessoas em três níveis, perto, longe e distante, mas uma coisa eu sei, que todos são ou foram úteis.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A turma da contabilidade.

Ano 1980, último período do curso técnico de contabilidade do colégio Sabec. O grupo formado por sete pessoas, Ana, Glória, Rogério, Paulo, Marta, Cássia e Cabeção. Todas as quintas feiras as aulas terminavam 20h45min, então o nosso destino era o bar do posto lá na Mário Ramos. Um barzinho subterrâneo chegava lá por volta das 21 h de cara uma porção de batatas frita e chope do bom, depois de um de trabalho e quase uma semana de estudos. Contavam muitas histórias e falávamos de muita gente, o pessoal que freqüentava eram profissionais liberais, estudantes em geral, gente de 20 a 70 anos, inclusive coroas que pagavam as contas das meninas mais atrevidas que abasteciam a mesa dos amigos.

Mas o mais interessante do bar era o filho do dono, peça rara, gordo e de estilo hippie, havia passado um tempo na Serra Pelada vendendo aparelhos eletrônicos e tinha feito um dinheiro.

Mas o principal motivo desta narração era o objeto que ficava num canto sobre o balcão, um barril de 50 litros de uma cachaça especial da roça a qual era a culpada de todos os pileques dos fins de quinta feira a noite, principalmente por ser oferta da casa, ou seja, de graça e a vontade.

Por meses toda aquela gente que ali freqüentava tomava de graça e também levava a culpa por deixar um ou outro mais bêbado que o normal fazendo que a gente “os ou as” levasse em casa para não dar vexame nas ruas do centro da cidade como chutar porta de aço das lojas ou deitar em plena Avenida Joaquim Leite. Levar a Ana em casa toda semana era já uma tarefa rotineira, ela enxugava muito e tínhamos que ir lá em frente o colégio Nossa Senhora do Amparo.

Então numa das reuniões resolvemos dar um nome à cachaça que afinal era uma órfã e querida por todos os freqüentadores do bar do posto. Conversa com um e outro, as pessoas que mais estavam ali pela semana e pedido permissão aos donos do bar e que foi aprovado de imediato. Nesta época Maria Betânia fazia muito sucesso com uma música do Gonzaguinha “Explode Coração”.

Ficou batizada com o nome da música e teve até placa e tudo no barril, até o fim daquele ano nós freqüentamos o bar do posto, depois da formatura eu me mudei de cidade, outros ficaram ali mesmo trabalhando em bancos, escritórios e outros se casaram. Alguns anos atrás eu encontrei o cabeção na rodoviária Novo Rio.

- Turma animada aquela...

26/02/2009.