sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Surtados

 

As vezes ouço gritos

Que vem das ruas

Onde dormem gentes

Sob marquises, bêbados

E eles se parecem loucos

Como todos que vivem

Em camas quentes

Que também surtam

Sem bebidas e drogas

Surtam pela solidão

Pelo amor demais, ou,

Não suportam em não ter

Gritam pelas manhãs

Cantam na madrugada

Outras, vozes dos mesmos

Invadem suas cabeças

E transbordam seus

 

 

Desejos e visões

Necessidades avulsas

De acalantos serenos

Que alimentam a alma

Que conforta a loucura

Conversam com monstros

Os expulsam das suas solidões

E anestesiados sorriem

Fazendo das noites negras

Seus momentos de realidades

 

domingo, 5 de novembro de 2023

Poema


O poeta

Quando escreve um poema

 A palavra é divina

Não vergonha 

A poesia rodopia pelas frases


A mulher do poeta 


Poderá não gostar 


A amante do poeta 


Poderá amar


O leitor do poeta 


Poderá odiar


Mas o poeta escreve


Na noite escura 


Para que a manhã

 

Amanheça clara


E ensolarada

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Vale do Paraíba

 

 

Ainda vivemos na terra

Que a nós foi prometida

Do seu solo brota as águas

Que formam regaços e abastecem

Nosso velho Paraíba do Sul

E dele nascem vidas

Dá vida aos pastos

Que alimentam nossos animais

Que aqui na nossa terra

Dá mais leite que carne

Nosso Vale é quente, também faz frio

Nossas montanhas são altas

Quase chegam ao céu

As montanhas da esquerda

Nos separa das terras do mar

Aqui é nosso Vale

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Carta a uma amiga distante



Espero encontrar você e sua família feliz e com saúde.

Há muito nós não nos falamos, me deu saudades de vocês, penso que uma carta meio à moda antiga, eu possa expressar todo o que estou sentindo agora, nesta noite fria de inverno.

Eu poderia telefonar mandar email, mas como estou na fazenda e daqui saio pouco, pois, tenho meu envolvimento com as plantações, à lida com o gado, os empregados e suas famílias, a minha família e por isso me sobram pouco tempo.

Nas minhas noites aqui na fazenda procuro dormir cedo, assisto um pouco de televisão ou ouço meus discos em vinil aquelas músicas do nosso tempo que tocavam nos bares e nas domingueiras no clube.

As crianças vão bem e adoram a fazenda, mas pelo menos duas vezes ao ano passamos alguns dias na praia, ensinei a eles o gosto pela areia e a água salgada que recupera o nosso cansaço e até hoje nos lembramos da praia de Botafogo, ali perto da casa da sua mãe.

Penso que em pouco tempo vou perder do alcance das minhas mãos a minha pequena Sofia, ela já está com dezesseis anos e quer estudar Pediatria em São Paulo, meu coração já está partido só de pensar. Meu coração já se partiu algumas vezes nos últimos vinte anos, você sabe.

Sinto saudades de alguns amigos que não vejo algum tempo e até anos. Seria bom saber de cada um de vocês e que nossas esposas e maridos fossem amigos e nossos filhos também, como nós éramos na adolescência.

Mande notícias de você, do João seu marido e o Artur, aliás, ainda guardo a foto de oito anos e que festa aquela na casa da sua mãe, eu penso que ela gosta mais de mim hoje que antes, não sei se ela te disse, mas meses atrás mexendo nas fotos antigas encontrei um cartão com o telefone da sua mãe e dias depois na cidade telefonei, conversamos e de alegria ela até se emocionou.

Vou ficando por aqui, gostaria de convidá-los para passarem um final de semana aqui na fazenda.

A Marina manda um beijo pra vocês e receba os carinhos do seu amigo,

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Um sonho de morte


 

   A imagem com que me deparei ao abrir a porta da casa que ia dar na edícula nos fundos do quintal foi arrepiante, um corpo boiando sobre as águas da pequena piscina. Ao me deparar com a cena meu corpo quis voltar, mas a curiosidade foi mais forte, eu tinha que ver o rosto do homem que boiava. Não havia sangue misturado com a água nem pelo chão ao redor da piscina, o corpo estava encostado na borda da piscina entre a parede e a escada que brilhava exibindo seu inox, peguei uma vassoura que estava perto da porta e por nojo ou medo não coloquei a mão no corpo e utilizei a vassoura para virar o corpo e levei um grande susto, o rosto era o meu e então me lembrei de que eu morri de frio ao nadar na piscina cheia de cubos de gelo.

   Dei as costas e saí correndo, fechei a porta da casa, meu filho de cinco anos me apontava o teto onde meu corpo estava pendurado, um alarme dispara na minha garagem, pego uma arma sobre a estante e saio na varanda de arma em punho, minha mulher implorando para que eu voltasse, no escuro vejo dois homens encapuzados, ladrões certamente, caminho rápido e quando chego perto do carro grito com a arma apontada e já não são mais  bandidos e sim dois policiais que rindo de mim dizem para que eu atire neles, apontei a arma e puxei o gatilho algumas vezes, mas todos os disparos falharam. Os policiais ainda rindo me deram ordem de prisão e passei de vítima a bandido, corri pela rua por muito tempo, cheguei numa ponte que dividia a cidade ao meio, e eu vendo os veículos virem na minha direção pulei no rio mesmo sem saber nadar.

   E no fundo do rio na tentativa de voltar à superfície vi um corpo que passava por mim, a água turva não me deixava ver a fisionomia do corpo, nadei um pouco para mais perto e puxei-o pelos pés e novamente era meu corpo, eu não estava nele. Senti um terror enorme e comecei a gritar, de repente uma luz forte e clara entrou pela minha retina me deixando cego e uma voz ao fundo que pedia calma, quando meus olhos se acostumaram com a luminosidade vejo minha mulher assustada, era só mais um pesadelo.

domingo, 27 de agosto de 2023

Afoita


 

Você falante

É sinal de desespero

Está cheia de busca

Mas não há encontros

Falta esperança na espera

Não queira afoitar o vento

Ele te trouxe uma razão

O futuro ainda é realidade

O pote da liberdade pode estar

No fim do arco-íris

Dentro do teu coração 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Cemitérios


Sabemos que as pessoas têm gostos diferentes e alguns inusitados, tipos estranhos mesmos que não causam problemas a outras pessoas e às vezes nem a eles mesmos. Eu e meu amigo Robson e outros amigos, viajamos por muitas regiões do Norte da Espanha e Portugal. Toda cidade que passávamos ou parávamos para visitar, fazer fotos ou comer, e um detalhe ao lado de cada igreja ou no ponto mais alto da cidade estava lá um cemitério.

E eu não me lembro de qual foi à primeira vez que entramos em um cemitério, talvez começamos a apreciar seus portais de entrada sempre eram de pedra trabalhadas com figuras angelicais e grandes portões de aços fundidos. Virou brincadeira entre todos e mais ainda entre eu e Robson, pois sempre dizíamos olha os jardins, mas o cemitério também é demais.

Até que um dia numa conversa de restaurante, aqueles papos no qual perguntamos ao garçom ou ao proprietário o que poderíamos visitar na cidade e como resposta ele falou podem visitar o túmulo do Conde Souto Mayor e outros da época, este cemitério existe há trezentos anos. Olhamo-nos e começamos a rir só nós sabíamos a piada que estava por trás da resposta e foi a partir daí que começamos a entrar nos cemitérios.

Outros amigos quando estavam juntos nem chegavam aos portais dizendo que éramos malucos. Hoje anos depois vejo que nossas incursões não foram em vão, é que realmente são obras de artes ao céu aberto.


Crônicas Urbanas - Edmilson Naves

terça-feira, 11 de abril de 2023

Canários da terra


   Antigamente não se via canários-da-terra a cantar pelos pastos, árvores, gramados e postes das ruas. Havia muitos passarinheiros, que capturavam todos os tipos de pássaros que cantavam.

   O Rubem Braga, escritor, jornalista e cronista, aliás, o melhor, era passarinheiro, tinha melros, curiós, virados, canários-da-terra e até corrupião trazido do Norte. Meu tio Mário e meu Pai Nilson também tinham muitas gaiolas.

   Lembrei-me que há alguns anos eu e um amigo conversávamos sobre os canários - da - terra, em como eles sumiram, não só da nossa região, mas também de outras cidades e estados.

   Então num sábado pela manhã estava admirando o meu gramado, vi coisinhas amarelas se mexendo pela grama me levantei para ver melhor e eram um casal de canários-da-terra, o macho amarelo forte e sua fêmea parda com um amarelo disfarçado e seus três filhotes pardinhos ciscando a procura de sementes e bichinhos. E assim começaram a aparecer mais filhotes que cresciam e sumiam. Em frente à minha casa agora tem um casal que habita no alto de um poste. Nas minhas caminhadas à tarde, passo perto de um gramado e contei mais de uma dúzia de canários-da-terra ciscando. Outro dia estava na praia e vi do outro lado da rua em um grande gramado, um casal de quero-quero chocando e um casal de canários-da-terra com seus filhotes.

   O mais importante é que a população de pássaros está aumentando cada dia, é lindo vê-los a ciscar por todos os jardins e soltar seus cantos ao vento. Penso que os homens passarinheiros estão tomando consciência que os cantos dos pássaros são mais alegres quando estão livres.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Resultado do II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy – 2023

 

Resultado do II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy – 2023

 

Aline Paula Santos – Nova Califórnia/RO - (Os efeitos de uma nova filosofia)

Ângela Alves Crispim – Volta Redonda/RJ – (A razão de um amigo)

Cleuza Piovesan – Capanema/PR – (Doação)

Flávia Gonçalves – Quatis/RJ – (O tudo de cada dia)

Iraci José Marin – Caxias do Sul/RS – (A aventura)

Joice Chilaude – Maputo/Moçambique – (Nacionalidade sem fronteira)

Jorge Fagundes – Barreiros/Portugal – (A princesa e o gatinho)

Karine Fernandes – Higienópolis/SP – (Ausência)

Keli Vasconcelos – São Paulo/SP – (Gafanhoto)

Maria Luiza Silva – Ceará Mirim/RN – (O espatilho de Filó)

Marco António Campos – Natal/RN – (Neto do Nordeste)

Pedro Diniz de Araújo – Grajaú/RJ – (Burro sem rabo)

Ronaldo Dória dos Santos – Sepetiba/RJ – (Feito tatuagem)

Renan Apolônio de Sá – Olinda/PE – (Conto de contrição)

Valério Marornir Sales – Barra Mansa/RJ – (Amor em caixinha)

 

A organização do II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy – agradece a participação de todos.

 

Edmilson Naves de Oliveira – Sebo do Edy

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy - 2023”.

 

O Sebo do Edy com o apoio do blog: www.edmilsonnaves.blogspot.com, lança o “ II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy - 2023”.

O blog. www.edmilsonnaves.blogspot.com torna-se público o “II Concurso de Contos Curtos – Sebo do Edy – Resende/RJ - 2023.”

 

1) Objetivo

Apresentar textos na forma de narração – dois textos escritos em tema livre.

 

2) Concorrentes

Somente categoria adulta acima de 18 anos de idade, a inscrição é aberta para todo o território nacional e internacional. Para autores de língua portuguesa morando fora do país.

Cada concorrente pode se inscrever com até 2 (dois) Contos Curtos.

As inscrições serão feitas por e-mail: edmilsonnaves.escritor@gmail.com, a seguir.

 

3) Prazos

As inscrições estarão abertas - 10/01/2023 a 15/03/2023.

Os resultados estarão disponíveis no Blog: edmilsonnaves.blogspot.com no dia 01/04/2023.

 

4) Categoria

Texto redigido em extensão. Word Doc;

Fonte Arial, tamanho 12, espaçamento entre linhas 1.5. Conter no máximo duas páginas A4. Não deve estar formatado e nem em PDF.

No arquivo da obra deve conter:

Título em negrito, nome do autor do trabalho. Não será aceito pseudônimo.

O arquivo deve ser anexado ao e-mail: edmilsonnaves.escritor@gmail.com

O título do assunto do e-mail: II concurso de Contos Curtos –  2023 - Sebo do Edy.

Texto do e-mail: Estou enviando meu (s) trabalho (s) para participar do concurso de Contos Curtos. Colocar nome completo, endereço para correspondência e e-mail.

E uma breve biografia do autor de até 5 linhas.

Os trabalhos que não estiverem de acordo, não serão aceitos.

5) Direitos

A simples inscrição do concorrente já autoriza a publicação do trabalho (caso) classificado em Livreto Antológico com o título do concurso em formato PDF, não podendo vir a ser comercializado.

Será de responsabilidades do (a) autor (a) o dever de garantir ser de sua própria autoria o texto – não plagio - podendo o participante responder judicialmente por infringir o artigo 9.610/98 de direitos autorais.

 

6) Premiação

Os primeiros 12 textos classificados receberão um diploma de Menção Honrosa.

Os Contos classificados serão editados em livreto Antológico com o título “II Concurso de Contos Curtos – 2023 - Sebo do Edy”.

Cada concorrente receberá o livreto em formato PDF como lembrança da participação e não será comercializado.

 

6) Julgamento

O julgamento encerra-se no dia  15 de março de 2023.

As avaliações serão feitas por uma comissão de 5 membros sem vínculos com os participantes.

 

7) Considerações finais

Qualquer dúvida poderá ser consultada pelo e-mail: edmilsonnaves.escritor@gmail.com

A organização do concurso pede aos amigos das redes sociais que compartilhem o máximo o regulamento desta edição, a fim de obtermos o maior número de participantes no ‘ II Concurso de Contos Curtos – 2023 - Sebo do Edy – Resende/RJ”.

 

Edmilson Naves de Oliveira – Organizador e proprietário Sebo do Edy.