domingo, 27 de agosto de 2023

Afoita


 

Você falante

É sinal de desespero

Está cheia de busca

Mas não há encontros

Falta esperança na espera

Não queira afoitar o vento

Ele te trouxe uma razão

O futuro ainda é realidade

O pote da liberdade pode estar

No fim do arco-íris

Dentro do teu coração 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Cemitérios


Sabemos que as pessoas têm gostos diferentes e alguns inusitados, tipos estranhos mesmos que não causam problemas a outras pessoas e às vezes nem a eles mesmos. Eu e meu amigo Robson e outros amigos, viajamos por muitas regiões do Norte da Espanha e Portugal. Toda cidade que passávamos ou parávamos para visitar, fazer fotos ou comer, e um detalhe ao lado de cada igreja ou no ponto mais alto da cidade estava lá um cemitério.

E eu não me lembro de qual foi à primeira vez que entramos em um cemitério, talvez começamos a apreciar seus portais de entrada sempre eram de pedra trabalhadas com figuras angelicais e grandes portões de aços fundidos. Virou brincadeira entre todos e mais ainda entre eu e Robson, pois sempre dizíamos olha os jardins, mas o cemitério também é demais.

Até que um dia numa conversa de restaurante, aqueles papos no qual perguntamos ao garçom ou ao proprietário o que poderíamos visitar na cidade e como resposta ele falou podem visitar o túmulo do Conde Souto Mayor e outros da época, este cemitério existe há trezentos anos. Olhamo-nos e começamos a rir só nós sabíamos a piada que estava por trás da resposta e foi a partir daí que começamos a entrar nos cemitérios.

Outros amigos quando estavam juntos nem chegavam aos portais dizendo que éramos malucos. Hoje anos depois vejo que nossas incursões não foram em vão, é que realmente são obras de artes ao céu aberto.


Crônicas Urbanas - Edmilson Naves