segunda-feira, 8 de junho de 2009

A turma da contabilidade.

Ano 1980, último período do curso técnico de contabilidade do colégio Sabec. O grupo formado por sete pessoas, Ana, Glória, Rogério, Paulo, Marta, Cássia e Cabeção. Todas as quintas feiras as aulas terminavam 20h45min, então o nosso destino era o bar do posto lá na Mário Ramos. Um barzinho subterrâneo chegava lá por volta das 21 h de cara uma porção de batatas frita e chope do bom, depois de um de trabalho e quase uma semana de estudos. Contavam muitas histórias e falávamos de muita gente, o pessoal que freqüentava eram profissionais liberais, estudantes em geral, gente de 20 a 70 anos, inclusive coroas que pagavam as contas das meninas mais atrevidas que abasteciam a mesa dos amigos.

Mas o mais interessante do bar era o filho do dono, peça rara, gordo e de estilo hippie, havia passado um tempo na Serra Pelada vendendo aparelhos eletrônicos e tinha feito um dinheiro.

Mas o principal motivo desta narração era o objeto que ficava num canto sobre o balcão, um barril de 50 litros de uma cachaça especial da roça a qual era a culpada de todos os pileques dos fins de quinta feira a noite, principalmente por ser oferta da casa, ou seja, de graça e a vontade.

Por meses toda aquela gente que ali freqüentava tomava de graça e também levava a culpa por deixar um ou outro mais bêbado que o normal fazendo que a gente “os ou as” levasse em casa para não dar vexame nas ruas do centro da cidade como chutar porta de aço das lojas ou deitar em plena Avenida Joaquim Leite. Levar a Ana em casa toda semana era já uma tarefa rotineira, ela enxugava muito e tínhamos que ir lá em frente o colégio Nossa Senhora do Amparo.

Então numa das reuniões resolvemos dar um nome à cachaça que afinal era uma órfã e querida por todos os freqüentadores do bar do posto. Conversa com um e outro, as pessoas que mais estavam ali pela semana e pedido permissão aos donos do bar e que foi aprovado de imediato. Nesta época Maria Betânia fazia muito sucesso com uma música do Gonzaguinha “Explode Coração”.

Ficou batizada com o nome da música e teve até placa e tudo no barril, até o fim daquele ano nós freqüentamos o bar do posto, depois da formatura eu me mudei de cidade, outros ficaram ali mesmo trabalhando em bancos, escritórios e outros se casaram. Alguns anos atrás eu encontrei o cabeção na rodoviária Novo Rio.

- Turma animada aquela...

26/02/2009.

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