Prateado, parte II.
Depois de encontrar o Prateado ou Pepeu Gomes como ficou apelidado o cavalo do Mário, tudo transcorreu bem, foi só alegria com o neto. O tratador continuou a trabalhar no trato do Prateado, mas sob forte recomendação quanto à vigília do animal.
Alguns fins de semana o Mário saia em cavalgada com outros cavaleiros para dar a famosa galopada pela área rural da cidade, Prateado sempre enfeitado e penteado. A família comprou mais duas éguas, mais duas baias, mais trabalho para o tratador e tudo ia bem quando numa sexta-feira Prateado parou de beber água, comer ração e cenouras sendo notado somente no domingo após o almoço quando todos foram visitar os animais. Visto que o animal estava inquieto o tratador informou que não comia nada nos últimos dois dias, olha olho, olha língua e se havia feridas de mordida de cobra, mas nada, então chamaram o Dr. Eduardo (veterinário) depois de quase uma hora de análise, receita antibiótico porque o animal estava com febre alta e foi diagnosticado problema de fígado grave.
Foram quatro dias de acompanhamento e várias visitas do veterinário, e grandes doses de antibióticos. Prateado deitou e não levantou mais, tristeza geral pra família que ficaram horas ao lado do animal até o veterinário anunciar que era melhor sacrificar o animal, seria rápido ele nem iria sentir. Ninguém quis ficar para ver e foram embora chorando sabendo que não voltariam a ver o Prateado vulgo Pepeu Gomes.
Passado dois dias Mário voltou ao sítio para ver como estavam as coisas, conversa vai e conversa vem perguntou onde tinham enterrado o Prateado, estava lá perto do brejo onde nada era plantado. Mário saiu andando olhando as cercas e de longe avistou um monte de terra e foi chegando mais perto notando alguma coisa de errado eram as patas do animal que pareciam quatro estacas sobressaindo da terra parecendo estacas fincadas, voltou correndo ao estábulo e não encontrou o tratador, só o ajudante que explicou que o buraco ficou raso e não teve terra suficiente para cobrir as patas. Mário ficou irritado e disse que voltaria no outro dia e não queria ver as patas do animal expostas. No dia seguinte voltou ao estábulo e foi até a cova do animal e as patas não estavam expostas, mas era estranho que não houve acréscimo de terra, chegou mais perto e viu que as patas do animal foram cortadas.
Voltou ao estábulo correndo e novamente não encontrou o tratador, só o ajudante que disse dentro da sua humildade que o tratador havia serrado as patas. Mário tomou a decisão dispensou o tratador e contratou o ajudante como tratador.
07/12/2008.
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