terça-feira, 31 de julho de 2012

Antigo amor

O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, a antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste? Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Festa no Consulado da Argentina

Das aventuras que eu e meu amigo André vivemos em nossa temporada na Espanha uma delas nos marcou muito, aconteceu através de um dos nossos amigos espanhóis Pedro Cantero dançarino de tango e como parceira sua mulher. Numa das nossas conversas onde narrava sobre suas apresentações em festas, televisão e seu grupo de amigos dançarinos, ele nos perguntou se nós tínhamos interesse em assisti-los em uma festa que aconteceria naquela semana num salão da cidade, marcado hora, local, fomos nós, vestidos a rigor conforme pedia o evento. Chegando nossos nomes constavam na lista dos convidados alguns ilustres da sociedade local, aliás, era uma festa do Consulado da Argentina que comemorava sua data da independência. Recebidos pelo nosso amigo e sua simpática esposa e apresentados aos outros casais do grupo sentamos em uma mesa de frente pra pista. Após um longo discurso do Cônsul local iniciaram as apresentações como um cantor de tango que veio exclusivamente para a festa, outros declamaram poemas e poesias regionais e por fim a escola de dança do Pedro, foram cinco apresentações variando os casais e o estilo, podemos sentir a força de um rito, sua sensualidade e técnica o mesmo que senti ao assistir uma apresentação flamenca. Sobre a festa uma maravilha, boas comidas regadas a bons vinhos argentino e espanhol, em certo momento meu amigo André que não bebe chamou o garçom e pediu um suco, naquele momento aconteceu uma coisa que jamais vamos esquecer, o rapaz nos perguntou se éramos brasileiros, dito que sim ele se apresentou, seu nome era Luiz Carlos, nascido no morro Santa Marta, carioca da nata e ali em pé ao nosso lado passou a contar sua trajetória espanhola nos últimos sete anos desde sua saída do Rio, chamou algumas pessoas e após apresentações nos colocamos nas rodas de conversas pelo resto da noite, nosso amigo Pedro nos fez algumas apresentações de pessoas ilustres da Argentina e do governo local. Ainda hoje eu e meu amigo Pedro trocamos cartões de Natal e e-mails durante o ano e falamos um pouco da vida.