Eu tenho poucos amigos do peito, mas são amigos gente boa, diferentes, divertidos, inteligentes, amigos de tempos, amigos novos.
Durante estes anos foram muitas aventuras, viagens, almoços, trabalhos de parcerias e de equipe. Aí a palavra certa, EQUIPE, mas vamos ao caso.
Saíamos por perto e um dia fomos conhecer um pouco nossa região, alguém falou vamos a Falcão, onde é que fica? – fica ali subindo a serrinha, é um pequeno distrito de Quatis outra cidadezinha daquelas que tem duas ruas, uma que vai e outra que vem nesse caso Falcão só tem uma.
Iniciamos a subida, muitas curvas, muito bambu, uma grande fazenda, um pequeno sítio, mais bambu, mais curvas, água e chega perto da pedreira e podemos ver a estrada de ferro lá no alto e uma placa de turismo indicando a “ferrovia do aço, estrela da nossa região” e na frente está à entrada do túnel, onde o pai do Jorge outro amigo tem um pequeno sítio, lá a gente parava para tomar caldo de cana com batata frita e torresmo seco, aquele de saquinho. Lá que certa vez ficamos mais de hora esperando o Luiz (Mandi) escolher as melhores frangas do galinheiro e ficou de voltar pra comprar e nunca mais voltou, voltou só para comer.
Mas falando de trato tem o bambu, logo ali na frente que conheci o Zé da Leila um carroceiro que entregava leite e me prometeu que alguns peões da roça iriam cortar algumas dúzias de bambu pra eu levar para a propriedade da minha mãe, só que queriam todo o dinheiro adiantado eram um monte de pé de cana, fingi que acertei e nunca mais falei no assunto, nunca mais falei com o Zé da Leila também e por fim nada acertado, de uma coisa eu tenho certeza lá tem muito bambu.
No centro da vila tem duas coisas um posto policial onde ficam dois PMs de plantão, tem veículos que passam em direção ao Sul de Minas Gerais a divisa fica mais a frente. Costumávamos conversar com eles coisas do governo do Rio e a insegurança que nos rodeia, assuntos que lá em cima é só ficção, nada acontece lá. Até hoje é assim a gente passa cumprimenta com o braço pra fora do carro e eles acenam com as mãos.
Quase em frente tem o bar do Giovani um salão velho com portas grossas e grandes, o forro quase que soltando dando a impressão que vai cair sobre nossas cabeças, uma mesa grande de bilhar muito bem cuidada e um pequeno balcão de doces e balas, e o mais importante é que tem pasteis quentinhos, queijo mineiro em fatias e bolos de fubá frescos, que sempre acompanhado de um guaraná caçula. Mas tem um fator muito importante que é só entrar alguém no bar o Giovani já começa a passar um paninho branco molhado sobre a mesa o balcão e nos faz ver que apesar de uma construção antiga é tudo muito limpo. Outro detalhe que faz do Giovani um cara simpático, ele é flamenguista doente.
Passa uma pequena praça, tem um posto de saúde e mais na frente uma construção que guarda uma mina d’agua. O asfalto acaba e começa a estrada de chão e ao lado acompanha um pequeno córrego que recebe águas das grotas e que vai aumentando o volume da água virando um pequeno rio que cai numa cachoeira e vai desaguar num outro rio maior. Antes da cachoeira tem o pontilhão que passa o trem de ferro e a estrada passa por baixo e na curva mais na frente tem a história do pato, O Luiz (Mandi) eu e Bluno (DJ), o Luiz queria comer pato com macarrão e soubemos que depois do pontilhão tinha uma casa que vendia patos, no caminho vinha um rapaz com uma bolsa plástica na mão e paramos para perguntar onde era a casa que tinha patos para vender, quando ele estava explicando eu que estava no volante do carro vi que algumas cabecinhas curiosas saiam da bolsa, pedi pra ver e eram patinhos e sem querer comecei a mexer nos bicos deles e o Bluno até hoje conta que dei tapas na cara dos patinhos.
Chegamos à frente da casa, paramos o carro e o Luiz desceu e ficou no portão.
Luiz – Bate palmas.
Dona – Vem andando devagar, chega ao portão e perguntou – o que o Senhor quer?
Luiz – É aqui que vendem patos?
Dona – É sim senhor!
Luiz – Quanto custa?
Dona – Eu vou perguntar pro meu marido. Entrou casa adentro e o Luiz ficou no portão esperando e a dona demora.
Dona – Voltando. – quantos patos o senhor quer?
Luiz – Eu quero saber o preço de um pato grande.
Dona – Eu vou perguntar pro meu marido. Foi e demorou o Bluno já falando besteira e sacaneando.
Dona – Volta andando bem devagar. – é vinte reais cada pato.
Luiz – Certo então, amanhã eu volto pra pegar. Entrou no carro e saímos o Luiz com uma raiva falando da lerdeza da mulher e o marido que não apareceu pra dar informação.
Mais uma vez o trato não se cumpriu, voltamos várias vezes a Falcão e nunca trouxemos os patos à única coisa certa é o bar do Giovani a gente come e paga.
Várias vezes a gente parava na cachoeira e ficava observando as caídas até que conseguimos contar as quedas, chegamos a conclusão que são 7 quedas e quando chove faz um barulho intenso e que já chegamos a gravar no celular e vez em quando um liga e grita “é muita água” colocando o celular em direção as quedas.
Estas são algumas histórias passadas em Falcão, eu dedico estes casos aos amigos de sempre, Bluno, Luiz (Mandi), Marcinho e a nossa amiga Caroline.
Feliz 2010 a todos.
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