domingo, 21 de dezembro de 2008

Mais um ano se passou.

E o ano de 2008 chega ao fim e com ele a velha frase “mais um ano se passou”.

No início de cada ano sempre traçamos objetivos, mesmo que indiretamente procuramos conquista-los e se não o deixamos como pendência para o outro ano, aquela obra que não deu pra terminar ou a troca do tão sonhado carro.

Como todos os anos coisas boas e ruins aconteceram. Perdemos parentes próximos e outros distantes. Alguns novos e outros mais velhos.

No trabalho sim foi um ano difícil, evidenciamos uma crise que o maior país do planeta não conseguiu conter devido a sua preocupação em fazer e manter suas guerras, que vem como uma avalanche pra cima dos emergentes e pagamos o pato com férias coletivas forçadas e ameaças de desemprego para os poucos que ainda tem carteira assinada.

Conservamos os amigos do peito mesmo distantes às vezes e fizemos novos amigos que certamente perdurarão por muitos anos como poucos ainda são cultivados. Alguns se mudaram de cidade ou Estado, mudança esta pela troca de empregos melhores ou somente para acompanhar o parceiro para formar sua própria família, mas ainda continuarão a ser nossos amigos graças ao email, este sim fez a diferença na nossa vida moderna, encurtou distâncias e aproximou pessoas.

O tempo sim também foi o vilão de nossas vidas, passou correndo, voou, deixamos de visitar aquelas pessoas mais próximas de nós e aí sim devemos desculpas e procuraremos no ano que vem estar mais presente.

E por fim devemos agradecer a todos que estiveram ao nosso lado neste ano, mulher e filhos, amigos e parentes. Esperamos que o ano de 2009 venha cheio de saúde e esperança de dias melhores que certamente virão. Que possamos alcançar nossos objetivos e que seja um ano de todos nós.

Feliz 2009.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Tejo.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda
Para aqueles que vêem em tudo que lá não está,
As memórias das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.

(O Tejo é mais belo de Alberto Caeiro – Poeta Português)

Eu pensava no Tejo já nos anos 80 quando iniciei minhas leituras sobre a poesia portuguesa. Em qualquer época a literatura cita o Tejo como referência da história de Portugal. Depois de algum tempo já familiarizado com o rio mar como o chamam os portugueses, passei a desejar conhece-lo.

Quando cheguei a Lisboa pela primeira vez de tão admirado com toda a cidade, não me lembrei do Tejo nos primeiros momentos, andei por outras bandas naquela tarde, mas à noite antes de sair para jantar com meus amigos, pensei:

- Caramba, eu tenho que ver o Tejo! – me lembrando do rio.

- Para que lado fica o Tejo? – perguntei ao recepcionista do hotel.

- Mas pá está aqui atrás, dá para ir caminhando. – indicando o lado com o braço.

Não perdi tempo, avisei ao pessoal que não iria jantar com eles que eu iria ver o Tejo, ninguém entendeu nada e reclamaram a minha presença, mas por fim aceitaram.
Saí andando e após alguns minutos senti o cheiro d´agua no ar, o relógio marcava 20h40min e ao dobrar a esquina avistei as águas do Tejo.
Aproximei-me devagar das grades que margeiam o rio pelo centro da cidade. Ao lado da ponte havia uma escada, que descendo levava a um pequeno píer para pequenas embarcações, não resisti, desci e toquei com as mãos as suas águas. Muitos não sentem a grandeza do Tejo, mas não é um rio comum como todos os rios, ele tem um passado forte, quantos naus saíram da sua baía em direção ao desconhecido, América e África.
Quantas riquezas “furtadas” desembarcaram nas suas margens e foram distribuídas em terras lusitanas e por toda a Europa.
Subi as escadas e me dirigi a uma lanchonete próxima, sentei bem perto das suas margens e fiquei apreciando suas águas prateadas pela luz da lua. Naquela noite conversei com o rio por um bom tempo.

O Tejo continua lá, imponente e orgulhoso pela sua história!


13/11/2008.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Frango com coca-cola.

Quando pegávamos a A5 a via que levava ao norte da Espanha, eu como co-piloto procurava no mapa a melhor entrada e o ponto para estacionar, geralmente no centro onde poderíamos visitar os pontos turísticos que demonstravam o mapa da cidade.
Imaginar visitar num mesmo dia vários monumentos e museus, que somados dariam mais de dois mil anos, era uma alegria semelhante ao pisar em solo estrangeiro pela primeira vez.

_O que é o antigo? –senão uma obra produzida a centenas de anos, certamente de pedra ou metal, sempre não muito polida e de uma robustez que nem a chuva e o vento danificaram.

Viajar no estrangeiro é mais fácil, pois, devido à população das vilas serem pequenas, o volume de veículos é menor, assim, podemos errar sem medo.

Programada a viagem saio eu e meu amigo André em busca de belas fotos e filmagem. Como turistas nós tirávamos fotos de tudo que nos chamava atenção, repetindo a foto para a minha máquina, ora a dele. Tudo era novo mesmo o velho, tudo nos agradava muito. Pegamos a via e em direção ao nosso destino, uma cidade que grande parte dela ficava no interior de uma muralha romana chamada Lugo. Aquela foi à primeira visita turística, visitamos um sítio arqueológico no interior de um museu com um acervo de centenas de peças em pedra e metal com pedras preciosas. Passamos uma manhã com muitas andanças, entrávamos e saíamos, aqui e ali. E passado algum tempo nos damos conta que estávamos com fome e falei: _ gostaria de comer um frango assado! Voltando ao centro da cidade passando por uma grande avenida, olhando ao fundo vimos um grande movimento em uma rua estreita, era uma feira. Após estacionar o veículo, partimos em direção ao movimento, era uma feira Árabe com todas as mulheres vestidas de preto e homens gordos e com bigodes. Havia ali poucos espanhóis e as línguas se misturavam a ponto de não entender nada, árabes e marroquinos se misturavam aos gritos anunciando seus produtos e nós procurando uma coisa agradável para comer. Caminhando pela feira até o meio da rua, as barracas eram de produtos gerais e do meio em diante começava as barracas de comidas. Fomos rua adentra e para surpresa nossa avistamos uma máquina giratória que trazia frangos a rodar já bronzeados pela gordura que escorria sobre a bandeja abaixo. Chegamos a barraca do espanhol e sua gorda mulher após cumprimentos, verificamos toda a barraca que na verdade era um trailer muito bem montado, pedimos coca-cola, pão e o frango assado picado em pedaços como comíamos aqui no Brasil, o espanhol nos disse que não picaria o frango como queríamos. Então meu amigo André pediu licença e entrou pegando a faca e passou a ensinar o galego como cortávamos o frango no Brasil. Picamos dois grandes frangos, embrulhamos, pagamos e juntando tudo, partimos para o veículo retornando a estrada. Após trinta minutos avistamos uma pequena igreja na parte alta da estrada e várias barracas em volta, estava tendo uma festa naquele fim de semana, paramos o carro ao lado da pequena igreja e ali montamos um piquenique que jamais esquecerei o frango, coca-cola e pão. Naquele dia viajamos muitos quilômetros, perto de mil. Passamos por praias, serras e até nos perdemos por volta das 22 horas em uma estrada alternativa que seguimos pelo mapa, por horas ela deu em nada, quando avistamos uma pequena cidade ficamos aliviados.
Não me recordo a hora que chegamos a nossa casa, mas me lembro que ainda havia pedaços de frango no banco de trás do carro. Aquela comida matou a nossa fome e a saudade do Brasil naquele fim de semana.

domingo, 2 de novembro de 2008

Ausência.

Se os meus suspiros pudessem
Aos teus ouvidos chegar,
Veria que uma paixão
Tem o poder de curar.
Não são de zelos
Os meus lamentos
Nem de ciúme abrasador.
São das saudades
Que me atormentam
Na dura ausência
De meu amor.


Nota 10 para o Sr.Antonio que tem animado ações da A.L.M.A, Amigos do Lago do Mirante das Agulhas na tentativa de manter vivo o lago, um ponto turístico do bairro e alegra a todos que ali passam e caminham.
Nota zero para os políticos de Resende que insistem em não reconhecer o evento.


Miguel Cervantes Saavedra.
Escritor espanhol. Nasceu em 09-10-1547, em Alcalá de Henares e morreu em 23-04-1616 em Madri. Lutou contra os turcos. Ficou preso na Argélia cerca de cinco anos. Sua obra-prima é o Dom Quixote, obra que o imortalizou e que passou a fazer parte dos grandes clássicos da literatura universal. Escreveu também outras obras, entre as quais Novelas Exemplares.

Próxima semana, contos de Espanha.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O homem que vendia coroas.

Semana 43-08.

O homem que vendia coroas.

O Eduardo já estava à frente da floricultura a vinte e dois anos, seu pai tinha começado o negócio e naquela época o prédio estava desvalorizado por ser vizinho de muro do cemitério.
Com o tempo outras casas foram surgindo em volta, novos comércios, como padarias, bares, agência de carros e o cemitério também cresceu.
O Eduardo sabia que era um bom negócio, dois enterros em média por dia, mais as pessoas que visitavam os túmulos diariamente. Também tinha sua mulher Dilma que se especializara em enfeites para festas, em dois anos ela havia feito uma carteira de clientes que ia de grandes empresas, hotéis e preparação de salão para casamentos e festas de 15 anos.

A loja tinha quatro empregados todos formados e especializados em compor arranjos, todos formados por ele e Dilma, arranjos que seu pai os montava tão bem.
Quando o cliente chegava à loja pedindo detalhes das flores e arranjos em geral, ele atendia com maior presteza respeitando o momento difícil que os familiares estavam passando naquele momento. Perguntas de praxe como a que horas será o velório, a família é da cidade mesmo.
Durante o velório a chegada dos arranjos e coroa era muito especial, porque escolhido o lugar em um canto ventilado e fresco, para que as flores não murchassem. Após o enterro, o lugar ficava deserto somente com umas pessoas fazendo visitas ou limpando os túmulos.
Então, Eduardo saia da loja e caminhando em direção ao cemitério, ia de encontro ao túmulo que menos de duas horas havia sido um palco de desolação total, com parentes em choro, filhos ou amigos em prantos.
O sol já estava a baixar e próximo das dezoito horas, quando Eduardo parava em frente ao túmulo e observava o que havia por perto e não encontrando perigo passava a mão sobre a coroa e a tirava com calma. Olhava para os lados e saia andando pelo canto em direção a porta lateral, que ficava a menos de vinte metros dos fundos da sua loja, meio que apressado ele entrava pelos fundos da loja, abria a tampa do frezzer e metia lá dentro a coroa, numa temperatura amena até a chegada do próximo pedido.
Certamente a coroa ficaria em bom estado pelo menos dois dias, cada coroa recuperada poderia ser vendida até duas vezes.
E assim Eduardo levava seu negócio em frente e com razoável lucro, Dilma quando soube do acontecido ficou louca de raiva e Eduardo explicou!

- que mesmo seu pai já fazia esta trama, depois, qual o morto que viria reclamar. E os convidados para o enterro não levariam as flores, arranjos e coroas para suas casas, como nas festas que ela decorava.
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Eu penso que os dias estão melancólicos. Estamos rodeados de pessoas desagradáveis.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Lua.

Algum tempo eu voltei a observar a lua, a vida corrida da cidade, a pressa do dia a dia para o trabalho, os estudos tudo que nos impede e nos faz esquecer de olhar para cima onde deveríamos mirar todos os dias para agradecer e rogar para a saúde, as amizades e a esperança de dias melhores. Lembro-me que adolescente eu deitava na grama ou na areia da praia para observar a lua e contar estrelas. Quando estávamos em turma era melhor, pois estes encontros moviam conversas longas, além de que não tínhamos preocupações com o futuro apesar de já traçar alguns caminhos, todos embalados pela claridade da lua. Dias atrás numa conversa com um amigo me disse que na fazenda do sogro nos fins de semana ele perde tempo olhando a lua. Eu continuo amigo da lua, mesmo na cidade, em noites de lua cheia eu olho para cima, da janela, da varanda ou no quintal deitado na grama sinto emoções diferentes.
- Tente de vez em quando não esquecer da lua, resgate o romantismo.

Frederico Garcia Lorca.

Poeta espanhol. Nasceu em 5-6-1899, em Fuentevaqueros e morreu em agosto de 1936, em Granada. Destacou-se também como ensaísta e dramaturgo. Tinha propensão para a música e para a pintura. Usava para suas poesias especialmente temas folclóricos. Foi assassinado por franquistas. Entre as suas obras, podem ser mencionadas: Primeiro Romanceiro Gitano, Poema do Canto Pofundo, A Sapateira Prodigiosa e Bodas de Sangue.

Lições de ecologia.

Ecologia – Empregado o termo pela primeira vez em 1869 pelo zoólogo alemão Haeckel. Tornou-se pública em 1895 quando o botânico alemão Warming publicou a obra “Geografia Vegetal Ecológica”.

Conceito – A Ecologia é importantíssima. Dela depende o futuro da humanidade. A ecologia estuda a relação entre o homem, o animal e o vegetal.

Obs. Em 1869 Haeckel já tinha a mentalidade da conservação do meio ambiente!