terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Prateado, parte I.

A história que segue aconteceu nos anos 90, o Mário um amigo de trabalho havia comprado um cavalo, depois de muito procurar, o animal foi adquirido de um fazendeiro da nossa região. Houve uma época que muita gente tinha cavalo, era meio que um modismo. A família, filhos e neto deram o nome de Prateado ao animal, manso e com apenas três anos de idade passou a ser o xodó de todos. Foi alugado um pasto, construíram uma pequena baia, era o passatempo no fim de semana, escovar, dar banho e alimentar o Prateado.

Passado algum tempo numa manhã de sol o tratador e um amigo chegaram à baia e o Prateado não estava lá, durante dois dias perguntaram a muitas pessoas, procuraram em todos os lotes abandonados, na beira das estradas e foram até o posto fiscal falar com os federais se haviam apreendido algum animal nos últimos dias e nada, Prateado havia evaporado.

Só restou ao tratador e seu amigo avisar o Mário do sumiço do animal, o dono do animal apareceu com a polícia lá no pasto, fez muitas perguntas e ninguém tinha visto nada, até foto do animal veio junto, o neto chorando atrás e o tratador com o maior medo de perder a tarefa que rendia um dinheirinho no fim do mês.

Passado alguns dias a polícia liga para Mário, é que ele prometeu um bom café se o Prateado fosse encontrado, o policial avisou que estava numa chácara na subida da Serrinha e que lá estava um cavalo muito parecido com o da foto. Mário pegou o carro e subiu a serra voando, entrou pasto adentro onde os policiais estavam conversando com o dono da chácara que jurava ter comprado o cavalo de dois rapazes por 300 contos e que até o devolveria se tivesse o dinheiro que havia investido na compra, trouxeram o animal e no primeiro instante não reconheceram o cavalo, ele estava com a crina pintada de loiro e também outras partes do corpo como rabo e patas.

Mas enfim era mesmo o prateado, entre ameaças e conversas o Mário fez o acerto 100 pra cada lado e não se falou mais no assunto, chegou o caminhão para levar o Prateado de volta, foi aí que o suposto dono até aquele momento virou pro Mário e disse:

- Seu Mário, cuida bem do Pepeu Gomes, foi o nome que a gente batizou ele aqui!

O Mário saiu de lá cuspindo fogo, vê se pode, apelidar o Prateado com nome de cantor que pinta os cabelos cada dia de uma cor diferente. Só que depois daquele dia o nome oficial do Prateado passou a se chamar Pepeu Gomes.



02/11/2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Edmilson, uma boa história que nos faz analisar várias possibilidades para desvendar este caso.

Me chamou a atenção que sua inspiração acontece muito cedo 06:57.

Um abraço
CELSO PACHECO

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