quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dúvida de poeta

Ah!

Se eu não pudesse escrever

Mente vazia

O que seria

Não teria o que fazer
Graças a ti

Intuição, talento

Inspiração, sentimento
Eis me aqui

De folhas abertas

Com poucas letras

Mas de sentimentos

Que fortalece minhas mãos
E me afaga nas palavras

Ah!

Se não pudesse escrever

Que ser eu seria





Março/2010

domingo, 18 de abril de 2010

Inevitável amor

Olhar e tocar

E ver diante dos olhos

A possibilidade do inevitável amor



Minhas mãos

Que transpiram geladas

Com a possibilidade do inevitável amor



Meus lábios

Imaginam a umidade dos teus

Com a possibilidade do inevitável amor



Meu coração

Que palpita num ritmo acelerado

Com a possibilidade inevitável do amor



Querer-te

Em pele sob os lençóis

Nesta madrugada do inevitável amor





Janeiro/2010

sábado, 3 de abril de 2010

Canários da terra

Anos atrás não se via canário da terra a cantar pelos pastos, gramados e postes das ruas. Havia muitos passarinheiros, apreendiam todos os tipos de pássaros que cantavam.
Rubem Braga, escritor, jornalista e cronista, aliás, o melhor, era passarinheiro, tinha melro, curió, virado, coleira e até currupião trazido do norte e canários da terra.
Meu pai era passarinheiro, lá em casa tinha umas trinta gaiolas, sabiá, coleira, tico-tico e canários da terra.
Meu tio Mário irmão de meu pai era passarinheiro gostava de curió, azulão e canários da terra, ou seja, os canários da terra sempre estiveram por aí.
Lembrei-me que as uns anos atrás eu e um amigo conversávamos sobre os canários da terra, não só na nossa região eles sumiram, mas em outras regiões nas áreas urbanas de cidades como Juiz de Fora e outras.
E aí sem que tivesse me atentado num sábado pela manhã admirando o meu gramado, vi coisinhas amarelas se mexendo pela grama me levantei para ver melhor e era um casal de canários da terra, o macho amarelo forte e sua fêmea parda com um amarelo disfarçado e seus três filhotes pardinhos pastando a procura de sementes e bichinhos. E assim começaram a aparecer mais filhotes que cresciam e sumiam e vinham mais filhotes. Em frente a minha casa agora tem um casal que habita no alto do poste. Nas minhas caminhadas pela tarde, passo perto de um gramado e contei mais de uma dúzia de canários da terra pastando. Estava na praia e do outro lado da rua um grande gramado, além de um casal de quero-quero chocando havia um casal de canários da terra com seus filhotes.
O mais importante é que as populações de canários da terra estão aumentando cada dia, é lindo vê-los livres a pastar por todos os lugares e soltar seus cantos ao vento. Penso que os homens passarinheiros estão tomando consciência que o canto dos pássaros é mais alegre quando soltos.


Edmilson Naves - Janeiro de 2010.