sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sinatra no sítio do seu Queiroz

Visita ao cinema.

D Helena pediu para que partissem depois do almoço e que pela manhã visitassem o pequeno cinema da cidade que era administrado pelo seu Nelson Mendes um aficionado em cinema e que ficaria feliz pelo resto da vida, Sinatra confirmou a visita pela manhã junto a Queiroz. Pela manhã por volta das nove horas seguiram em direção a cidade, estacionaram o veículo em frente a uma casa grande que ficava de frente para a praça principal da cidade, bateram palmas no portão, seu Nelson veio andando devagar e com alegria abraçou o amigo, Queiroz disse que tinha uma surpresa, que havia trazido uma pessoa para ele conhecer e abril a porta da Rural, então desceu Sinatra com seus olhos azuis e o dono da voz ficou de pé frente ao seu Nelson que foi tomado de uma alegria e não se contendo abraçou o artista como se abraçasse um grande amigo e chorou de emoção. Sinatra pediu para conhecer o cinema, eles entraram no veículo Queiroz parou no Foto Almeida e pediu o amigo para levar a máquina para o cinema rápido. Lá seu Nelson contou toda a história do cinema, que foi com muito sacrifício que iniciou o funcionamento com máquinas já usadas compradas em São Paulo, foi ao quadro de fotos do escritório e mostrou artistas que passaram pela cidade nas festas agropecuárias de anos anteriores e que ali já havia passado fitas do cantor e autor como “Confidências de Hollywood”, “Os bravos morrem lutando” e “Os 3 sargentos” e sempre era um grande sucesso e enquanto a visita se desenrolava Almeida ia tirando fotos e para o final foi feita uma foto oficial com seu Nelson e Sinatra, a despedida foi feita na porta do cinema e seu Nelson disse que a visita do artista foi um troféu a cidade de Lafayete.

Próxima semana:Final

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sinatra no sítio do seu Queiroz - III

Visita a propriedade

Seis horas da manhã a mesa já estava preparada com uma variedade de queijos, bolos, pães, doces e o café com leite fresco. D. Helena estava radiante e o sol já brilhava no horizonte e só por volta das oito horas os hospedes chegaram à sala e ficaram conversando a espera da presença do artista. Sinatra chegou elogiando o sol, o ar puro e a mesa do café.
Terminado o café todos esperavam que partissem, mas para surpresa de todos Sinatra pediu que seu Queiroz apresentasse a propriedade e gostaria de fazê-la a cavalo. Uma pessoa da fazenda foi chamada para preparar os animais, meia hora mais tarde Queiroz, Sinatra e o latino partiram em direção ao lago que ficava na parte baixa e onde se criava tilápias, por três horas visitaram o curral, as baias dos cavalos, porcos e ovelhas.
Sinatra ficou fascinado com o canto dos pássaros, principalmente dos canários da terra que pastavam no piso ou nos coxos de farelo onde comiam o gado.
Percorreram toda a extensão da fazenda e perto do meio dia retornaram a sede, nesse tempo o piloto fez contato com a torre no Rio passando a posição da aeronave. O almoço se estendeu por duas horas e Sinatra estava alegre havia tomado várias branquinhas como diz o pessoal lá em Minas e perguntou se poderia abusar do Queiroz e ficar por mais um dia o que foi recebido com muita alegria por D. Helena. Sinatra ficou curioso pela produção da cachaça e sentados na varanda ele contou um pouco da infância e do início da carreira. Queiroz contou que havia um empregado o António que tocava uma viola e era um bom cantor de moda nas noites de luar, Sinatra quis ouvi-lo e conhecer-lo, Queiroz pediu que fossem buscá-lo e minutos depois António chegou com sua viola surrada meio vergonhoso por estar entre gente importante, mas tocou e cantou para os convidados do seu Queiroz. Sinatra cantou “My Love” sem acompanhamento, pegou a viola e até tentou alguns acordes orientado por António que sem saber da importância do homem que estava sentado a sua frente tentando tocar na sua viola surrada. Naquela tarde com a Rural saíram em direção ao sítio onde se fabricava a cachaça “Seu Queiroz” uma marca que completava quase cem anos e tinha qualidade. Passaram por alguns sítios, o veículo por várias vezes foi parado para trocar uma palavra até a chegada ao Sítio Boa Esperança, um casarão antigo e um galpão grande e moderno. Era uma produção bem manual tocada por cinco funcionários, somente a parte do engarrafamento era automatizada por algumas máquinas modernas. Sinatra passou quase duas horas na propriedade, caminhou pelo canavial, acompanhou toda a produção, visitou a Adega provando algumas doses e ao final da visita Queiroz os presenteou com uma caixa especial com duas garrafas de uma safra especial 1950, no retorno a fazenda pararam no bar do seu Duca, uma mercearia pequena onde podia se encontrar fumo de rolo a câmara de pneu de carroça, os gringos foram apresentados e é claro que ninguém reconheceu os visitantes tomaram café quente com bolinhos de chuva. Entraram pela grande sala o relógio já marcava dezoito e trinta da tarde o jantar foi bem divertido, Sinatra contou que viu uma pessoa entrar na mercearia e fazer compras sem descer da bicicleta, que seu Duca falava sem parar, eles conversaram um pouco na varanda, Sinatra comunicou que pela tarde do dia seguinte iria retornar ao Rio de Janeiro, seu Queiroz e D Helena agradeceram a presença do artista na sua fazenda mesmo que tivesse sido por uma coincidência, mas que as portas estavam abertas para ele e os amigos sempre. Sinatra elogiou tudo e agradeceu ao casal e quis falar com o empregado António o violeiro, foram chamá-lo e como sempre chegou meio tímido, Sinatra o cumprimentou e levando a mão ao braço esquerdo retirou um relógio de ouro do pulso e ofereceu ao violeiro e disse que era um presente pelo momento musical que lhe havia proporcionado na noite anterior e que jamais esqueceria os dias de convivência junto a todos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sinatra no sítio do seu Queiroz - II

A recepção

O veículo tomou o caminho da estrada de terra e ao longe se avistava pequenos pontos de luz já acesas da casa grande da fazenda. Entraram pela varanda rapidamente devido aos fortes ventos já com pingos de chuva sobre suas cabeças. A porta da sala foi aberta por uma senhora de estatura mediana já com seus cabelos brancos e ligeiramente de modos finos, via-se que seus traços ainda traziam a beleza da juventude assim era D.Helena a mulher do seu Queiroz, um fazendeiro que levava o sobrenome do pai famoso no interior de Minas Gerais.
Os hóspedes pararam no meio da grande sala e D.Helena foi tomada de um susto e colocando as mãos sobre a boca não acreditando na figura que estava diante dela, nada mais, nada menos que um americano de olhos azuis e poucos cabelos estendendo a mão para cumprimentá-la e se apresentou simplesmente como Sinatra, seu Queiroz que durante o percurso não prestou atenção nos viajantes também ficou surpreso ao reconhecer um dos homens mais famosos da América, o outro era um sujeito latino com cara de mexicano que se incumbiu de traduzir os curtos diálogos trocados nas apresentações.
Todos sentaram e ficou acertado que não haveria possibilidade de voar mais tarde e que então seriam hóspedes por uma noite e D.Helena chamou Amélia à empregada orientando para preparar as acomodações para os três homens, a melhor suíte seria para o rei da voz e avisou a todos que o jantar seria servido em uma hora. Ficaram ali na sala por algum tempo conversando e por fim foram levados aos seus aposentos para um banho e trocar de roupas.
O casal não acreditou que em uma suíte de sua casa dormiria Frank Albert Sinatra. Passado uma hora um a um foram retornando a grande sala, onde uma mesa para doze lugares estava sendo preparada e que a muito não era utilizada, somente nas datas comemorativas quando os filhos viam de São Paulo para as férias de fim de anos ou um feriado prolongado, sobre ela estavam depositados os melhores pratos da culinária mineira.
O jantar transcorreu com muita conversa e foi servido como aperitivo uma pinga “Do seu Queiroz”, Sinatra tomou algumas doses e comeu galinha com quiabo a qual foi muito elogiada ao final do jantar e para sobremesa foi servido queijo minas com goiabada e uma travessa de doce de abóbora. Terminado o jantar, passado a chuva sentaram na varanda e fumaram um original charuto cubano oferecido pelo próprio Sinatra. D.Helena aproveitou a alegre conversa para fazer algumas perguntas ao cantor, como saber da sua carreira no cinema e no disco, Sinatra respondeu a todas as perguntas e agradeceu pelo carinho e a hospedagem. Já era tarde e os hospedes foram descansar, afinal o dia tinha sido agitado.

Próxima semana cap 3.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sinatra no sítio do seu Queiroz.

Parte 1 - A tempestade e o pouso.

Ano de 1975, uma pequena aeronave levanta vôo do recém inaugurado aeroporto do Rio de Janeiro o Galeão, levava dois passageiros e um piloto, seu destino Belo Horizonte no estado de Minas Gerais às 16h30min da tarde.
Após trinta minutos de vôo a aeronave se encontra com uma tempestade de fortes ventos, naquele momento já estavam sobrevoando o estado de Minas Gerais em contato com a torre no Rio recebeu a orientação para desviar a rota para o interior do estado no intuito de fugir da tempestade. Os passageiros estrangeiros ficaram nervosos diante da situação e conforme o piloto a torre do Rio os orientou a não retornar. O vendaval acompanhou a rota na qual a aeronave seguia para o interior e quando voava sobre a cidade de Lafayete, não foi possível manter o vôo e o piloto começou a descer para tentar encontrar uma área plana para que pudesse pousar. Não houve mais contato com a torre, o relógio mostrava 17h40min minutos e a claridade da tarde mostrava um grande campo de forragem verde e rasteira.
O piloto avistou uma área que seria possível pousar e a decisão foi rápida e a possibilidade de danificar a aeronave era quase nula, deu uma volta de reconhecimento e avaliação da direção do vento. O pouso foi feito sem riscos e com a aeronave no chão os passageiros não desceram, após alguns minutos viam-se ao longe alguns pontos de luzes de um veículo em direção à aeronave era uma Rural 1967 o vento era forte e já estava ficando escura. O veículo parou e dele desceu um senhor que veio de encontro do piloto que também já estava fora da aeronave. Foi uma conversa rápida entre os dois homens e o piloto pediu que os dois estrangeiros passassem para o veículo enquanto ele o piloto passava as bagagens para o veículo.

Próxima semana: Cap II.