Cartas
No início eram só cartas
Cartas comuns que narravam
O dia, a saudade
Eram só cartas no máximo
...semanais.
Passara a cartas mensais
um peso a mais no discorrer
já maldizia o tempo
...a manhã, a saudade
Ainda que muita,
...revestia o peito a dor.
E vieram as cartas anuais
Nessas já pedia perdão
Se dissolvia a lembrança
O tempo levara a face
Já não tinha cor os olhos
Cartas estas, jamais enviadas
Escritas no pensamento
...e de quando em quando
traziam a saudade.
Saudades de hoje
De uma tarde de ontem
Que se mata
com a carta instantânea
De agora.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
Jeito de amar
Aqui num flat
Jogado ao léu
Cama espaçosa
E o tempo que logo muda
Vem chuva, granizo
Esse calor que abrasa
Nos faz transpirar
Fruto da paixão
Nosso jeito de amar
Quantas luas
Teus lábios me inspirarão
Hoje tudo, amanhã lembrança
Desejo um regalo de palavras
Meu caminho está cheio
De curvas escuras e este poema
Certo,que foi composto
No breu de um quarto, na solidão
E a mão que guiou a caneta
Foi levada pelo olhar
De uma mulher distante
sábado, 2 de novembro de 2013
Pontaria I – Pedrada em galinha.
Desde a infância eu sou bom de pontaria quando jogava pedra, bolinha de gude, jogando taco na rua, na guerra de sementes de mamonas com estilingue (atiradeira) ou atirando com espingarda de chumbinho que meu pai me deu quando fiz quatorze anos. E essa boa pontaria me causou alguns incidentes sociais e por conta alguns castigos que limitavam minha pouca vida de moleque como jogar pelada no sábado.
Meu primeiro incidente foi quando aos onze anos brincava na beira do rio que passava perto da minha casa como era de uma água muito límpida vária mulheres lavavam roupa ali e as estendiam sobre a grama para quarar e do outro lado do rio várias galinhas e seus pintinhos pastavam e ciscava, eu quase não aparecia na beira do rio (aquele que está no poema O rio do meu bairro) e enchi a mão de pedra e comecei a jogá-las sobre a água e não sei o motivo comecei a jogar pedras nas galinhas do outro lado com a intenção de espantá-las e no meio delas uma caída e se debatendo eu tinha acertado a cabeça de uma delas. Como eu acertei a cabeça de uma galinha tão pequena principalmente em relação ao seu corpo, voltando à galinha se debatendo as outras se afastaram e aos poucos foi ficando imóvel e morreu.
Do outro lado um garoto mais velho que eu assistia o acontecido. Assustado, voltei correndo pra casa e passei parte do dia pensando no acontecido e lá pelas cinco da tarde um senhor de barba ruiva batia palmas no nosso portão e atendido pelo meu pai, os dois conversaram sobre alguma coisa que o homem trazia numa bolsa, meu pai pagou o preço da galinha viva, levei um grande sermão e um castigo de não passar perto do rio e nunca jogar pedra principalmente num alvo vivo.
sábado, 5 de outubro de 2013
Sementes
Brotos Chineses.
Da noite pro dia resolvi ingerir saladas tipo: alface, tomate, nabo, cenoura e brotos de tudo. Eu havia conhecido um chinês bem diferente dos chineses que a gente vê por aí, feirantes, donos de lavanderias e pastelarias. Ele é um chinês Doutor em química e viera para Portugal para ser professor na Universidade de Coimbra, mas não houve acerto com os portugueses e um amigo o apresentou na Universidade de Santiago na Espanha. Começou a dar aulas, mas com menos de um ano o curso foi minguando por falta de alunos e por fim, dos treze alunos sete repetiram aí foi o fim. Então, Wing ficou desempregado e como gostava de cozinhar sua mulher uma chinesa baixinha de rosto oriental em forma de lua, um corpo quase ocidental uma verdadeira gueixa de tão educada, se preocupava em guardar o nome de todos os frequentadores e a comida que cada um gostava inclusive o licor, propôs a ele abrir um restaurante, visto que, ele gostava de inventar molhos com sabores doces e diferentes, coisas de químico. Em alguns pratos sempre havia brotos que mediam dez centímetros em média com as raízes brancas expostas e geralmente com quatro ou cinco folhas verdinhas na ponta. E eu muito curioso perguntei um dia quando comia seu arroz de tudo, de que eram os brotos e então me contou que aprendeu com seus avós a plantar as sementes de tudo, inclusive as que estavam no meu prato eram de soja e feijão do Brasil. Então da noite pro dia passei a cultivar sementes e fazer canteiros de brotos em caixa de isopores, latas e potes de sorvetes.
- Tudo ali verdinho era tudo que eu havia plantado durante toda a minha vida, não esqueço todas as lições que aprendi com aquela família chinesa, que tinha um bom gosto para os sabores e também para decoração, pois o restaurante deles é um fino só.
sábado, 21 de setembro de 2013
Quarta-feira de cinzas.
É carnaval
Lá fora chove
O céu está cinza
O asfalto é úmido
A água escorre
Em direção aos bueiros
Carregam o brilho
Da serpentina
O adereço do folião
Já é quarta-feira de cinzas
Lá fora chove
A alegria passou
Os sonhos foram vividos
A que voltar a realidade
Outros ainda viverão em sonho
Por não ter o original
É quarta-feira
Lá fora chove
Cinzas de sonhos.
sábado, 31 de agosto de 2013
Face
Para que serve a face?
Embelezar a alma
Que se diz interna
Para que serve a face?
Músculos que reagem
Na exposição do medo
Para que serve a face?
Sorrir de alegria ou tristeza
Do sentimento guardado
Para que serve a face?
Caminho sinuoso da lágrima
Do coração que magoou
Para que serve a face?
Enrubescera de febre
Como resultado do amor
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Gatos
Gatos
Gosta-se de gatos
Sei, gosta de gatos
Novinhos, saudáveis
E dos doentios tem pena
Pena que não os leva
Não tem paciência
Paciência tem os gatos
Sabendo que gostas de gatos
E te olham de longe
Sabendo que gostas de gatos
Ou seriam de Coalas?
Gosta-se de gatos
Sei, gosta de gatos
Novinhos, saudáveis
E dos doentios tem pena
Pena que não os leva
Não tem paciência
Paciência tem os gatos
Sabendo que gostas de gatos
E te olham de longe
Sabendo que gostas de gatos
Ou seriam de Coalas?
sábado, 20 de julho de 2013
Escrever
É possível que eu tenha
Feito um bom poema
Dos tantos que fiz
Inspirados nas causas
...reais ou fictícias da vida
Que passaram pela minha mente
Alguns após seu término
Deram-me prazer de ter feito
Deram-me prazer de ler
Outros, nunca serão publicados
Outros foram para o lixo
E alguns jamais serão terminados
Mas sempre será um prazer escrever
quarta-feira, 26 de junho de 2013
O lar do meu amigo
O lar do meu amigo
É uma casa pequena
Quarto, sala e cozinha
A cozinha de porcelanato preto
Interessante, não tinha visto.
Tudo certinho e arrumadinho
Foi um almoço e tanto
Comida leve e saborosa
Há que valorizar sua mulher
Tudo é bom na pequena casa
A casa do meu amigo.
sábado, 1 de junho de 2013
Rua
Um gosto amargo na garganta
Uma corrente forte de ar, arrepio
Calçadas baixas, suspensas
Chão de terra, de papel
Caixa, caminho, bicicleta
Cachorro, cobertores, andor
O corpo estarrecido,
Chuvas, sem calor e frio
Sonhos miseráveis de pavor
Silencio como culto ao Senhor
Ai podridão de dor
Viver para não morrer
...de dor.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Dança
Dança
A luz que acende
A luz que apaga
Que mostra os olhos
Verdes do mar
São algas daninhas
Deixadas na suja areia
Alegoria de espumas
Sobre o amanhecer
Onde seus pés suspensos
Estão a bailar
17/06/11
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Felicidades
Felicidades.
Olhos verdes! -infinitamente verdes.
Vem de longe sua charmosa simpatia.
Ao longe se escuta suas escancaradas risadas.
Será lembrada eternamente sua amizade.
Que seus novos amigos sejam fiéis.
Que sua nova casa reflita harmonia.
Que seu futuro filho tenha pernas longas.
Que você tenha sempre objetivos na vida.
Que você seja infinitamente amada.
Que seu amor seja infinitamente forte.
Que seu casamento vague infinitamente.
Que sua felicidade seja infinitamente eterna.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Cartas
"O amor lo disuelve en cartas
que no escribirá".
(Juan Gelman)
No início eram só cartas
Cartas comuns que narravam
O dia, a saudade
Eram só cartas no máximo
...semanais.
Passara a cartas mensais
um peso a mais no discorrer
já maldizia o tempo
...a manhã, a saudade
Ainda que muita,
...revestia o peito a dor.
E vieram as cartas anuais
Nessas já pedia perdão
Se dissolvia a lembrança
O tempo levara a face
Já não tinha cor os olhos
Cartas estas, jamais enviadas
Escritas no pensamento
...e de quando em quando
traziam a saudade.
Saudades de hoje
De uma tarde de ontem
Que se mata
com a carta instantânea
De agora.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Poesia (en Espanhol)
Hoy és su dia
Niña Poesia
Que siempre inova
Estás presente
Por todos los sítios
Donde se encuentra
La palavra escrita
Hablada y cantada
A encuentramos
En los bares
En los teatros
En las escuelas
En las plazas
Y al aire libre
Niña Poesia
Tu és exaltada
Por todos los poetas
Los imortales
Los vivos
Los amadores
Los lectores
Poesia
Tu nombre és amor.