Como todo
casamento elas tinham suas crises com seus maridos e sofriam por isso, por
vezes caladas, após alguns meses resolveram se abrir uma com a outra e como
sempre o apego entre as duas as colocavam em conversas longas via telefone. A
desconfiança principal era a traição de ambos devido às desculpas parecidas
dadas pelos dois, também havia a possibilidade dos dois serem cúmplice um do
outro no caso da traição. Então as gêmeas planejaram que descobririam a causa
do afastamento dos maridos nem que levasse um tempo. Após algumas incertas em
bares e clube, Clara que havia ficado responsável pelas primeiras investigações
se reuniu com a irmã e fizeram um balanço dos acontecidos e resolveram que
poderiam fazer um esforço para tentar recuperar a harmonia dentro de suas casas
e fariam almoços e churrascos no intuito de melhorar o convívio entre os
casais. Algumas pessoas se passaram e a situação amorosa não melhorou, pelo
contrário começaram as brigas e no seu ímpeto surgiu a palavra separação
pronunciada por Artur o mesmo acontecendo com Edson. As irmãs choraram juntas e
colocaram em dúvidas seus atrativos femininos, eram mulheres loiras, bonitas e
inteligentes. Clara tinha uma desconfiança da causa dessa desavença crescente
entre os casais, mas só de pensar tinha medo do que poderia acontecer
futuramente. Como a situação não evoluía para melhor por mais de quatro meses,
Clara resolver conversar com a irmã sobre o assunto e marcaram um encontro,
após uma longa conversa Clarice chorou muito e resolveram marcar um almoço num
restaurante a kilo e poderiam conversar com os maridos todos juntos. Marcado o
almoço para o fim de semana Clara e Artur passaria na casa de Clarice e Edson,
foram a um self-service e conversaram sobre várias coisas menos sobre a
situação atual de casa casal, ao fim do almoço Clarice propôs que fossem a um
sítio modelo onde as crianças poderiam ver bichos e brincar um pouco, os
maridos inicialmente recusaram, mas por fim aceitaram a proposta das gêmeas.
Na estrada que
levava ao sítio era de terra e cruzavam um rio por mais de duas vezes em pontes
de madeiras velhas. Ao aproximar do rio que vinha entre as árvores, Clara pediu
que parassem sobre a ponte para que as crianças vissem o rio lá embaixo e Artur
parou o carro e Clara desceu de um lado e Clarice de outro lado cada qual com
seu filho no colo e os dois maridos não saíram do carro e estranharam a saída
das duas do veículo e Clarice colocando Juliano ao chão, Clara levando-os para
trás do carro segurando ao lado direito sua filha Sara e ao lado esquerdo seu
sobrinho Juliano, os dois de apenas dois anos não poderiam imaginar o que se
passava naquele ambiente.
Clarice diante
da porta esquerda do veículo olhando para dentro do veículo com um ar sério de
questionamento e os dois maridos sem entender o que se passava e veio a
pergunta:
- Eu gostaria
de saber uma coisa de vocês e queria ouvir a verdade, vocês têm um caso, vocês
são gays?
Os dois
olharam-se e Artur começou a falar exaltado negando a pergunta a chamando de
doida e outra mais, nisso Clarisse retirou da bolsa uma arma que Edson a
reconheceu, pois era sua arma que ficava guardada no armário da cozinha, arma
que foi do seu pai e a guardava não sabia por que, mas seus olhos de
apavoramento entraram em pânico e Clarice fez de novo a pergunta agora com a
arma em punho apontada para dentro do carro. Artur com medo da situação
apresentada resolveu admitir que tivesse alguma coisa, mas poderiam conversar
sobre o assunto e chegar a uma solução, Clara já ia com as crianças a uns
trinta metros pelo caminho de volta quando ouviu um estampido e logo em seguida
outro que ecoou pelo vale, em seguida Clara virou e pode ver o carro sendo
empurrado para o lado esquerdo da pequena ponte e caindo sobre as pedras lá
embaixo e girando sobre a correnteza do rio que estava acima do nível devido às
chuvas de verão. A arma foi jogada bem mais a frente em outro poço mais fundo,
Clarice saiu em direção à irmã deu a mão ao pequeno Juliano e retornaram pela
estrada de terra. Clara olhou para Clarice se abraçaram, nenhuma lágrima caiu
sobre a face das gêmeas, entre elas o feito tinha um objetivo que era não serem
a vergonha da cidade e que o amor de irmãs estava acima de tudo.
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